O transporte público fluvial no rio Tejo continua a funcionar com défice de embarcações por causa da imobilização de três navios na Soflusa e seis na Transtejo, denunciou hoje a União dos Sindicatos de Setúbal (USS), numa tomada de posição subscrita por várias organizações sindicais e de utentes.

Na Soflusa está imobilizada uma embarcação por ordem do tribunal, outra por falta de inspecção e a terceira está em docagem, num estaleiro do Seixal.

Para efectuar o normal e regular serviço público de transporte fluvial seria necessário haver sete embarcações. Actualmente estão cinco a funcionar, o que tem resultado na substituição das embarcações em falta por outras com menor capacidade, com prejuízo para a qualidade do serviço prestado à população do Barreiro e concelhos adjacentes.

Na Transtejo estão seis embarcações imobilizadas e a frequência com que se suprimem carreiras é uma constante. Os utentes esperam e desesperam pelo transporte de ida para o trabalho e para o regresso a casa, referem as organizações subscritoras da tomada de posição.

Nesta empresa há duas embarcações com o certificado de navegabilidade caducado e estão mais quatro prestes a caducar.

Para além dos problemas com as embarcações, também os pontões de acostagem estão a necessitar de vistorias.

As organizações signatárias da tomada de posição advertem que "se continuarmos por este caminho, está o governo a pôr o serviço de transporte público fluvial em causa". Por isso reivindicam:

  • Inicio de um processo de recomposição dos quadros das empresas que sofreram nos últimos anos golpes muito profundos – o que exige que se adopte medidas para admissão de trabalhadores para todas as áreas, mas com maior preocupação e urgência para as operacionais e de manutenção das empresas, assegurar a integração dos trabalhadores com vínculos precários.
  • A reconstrução dos serviços de manutenção - Que acabe com a dependência da empresa de serviços externos para as acções de manutenção corrente.
  • Desencadear um plano de formação permanente – Que garanta a preparação dos trabalhadores para responderem às exigências técnicas do futuro.
  • A adopção urgente de plano de modernização da frota da Transtejo e Soflusa e implementação de plano de manutenção regular e programada que devolva a fiabilidade à operação."

FONTE: União dos Sindicatos de Setúbal