Os trabalhadores do HCVP - Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa voltam à greve em Dezembro, face à total ausência de respostas negociais da administração.

Os trabalhadores do HVCP, reunidos em plenário, mandataram os seus sindicatos, para decretarem nova greve para os próximos dias 4 e 5 de Dezembro, dada a total ausência de vontade negocial por parte da Administração.

A Administração do HCVP após apresentar em Fevereiro de 2016, a denúncia do Acordo de Empresa (AE) em vigor, nunca evoluiu na sua posição, apesar das 22 reuniões realizadas e de mais de um ano de negociações, o que naturalmente suscitou a indignação dos trabalhadores e os levou a decretar e a realizar a greve em 8 de Junho.

A Administração não quis e não quer, entender a mensagem dos trabalhadores e, com total desrespeito pelo direito à negociação colectiva, constitucionalmente consagrado, requereu a caducidade do Acordo de Empresa (AE), em 19 de Junho, tendo os sindicatos, de imediato, solicitado o procedimento de conciliação, junto do Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social (MTSSS).

Contudo, os representantes da Administração declararam logo na primeira reunião de conciliação, que não entendiam qual era o objecto da mesma e que não pretendiam negociar. O mediador do MTSSS recomendou então que as propostas sindicais fossem avaliadas, mas esta postura manteve-se na reunião seguinte. Nesta, os sindicatos informaram que pretendiam solicitar reunião directamente à Administração, na tentativa de evolução negocial.

A reunião directa com a Administração, realizada na véspera da terceira reunião de conciliação, foi infrutífera, apesar dos Sindicatos terem apresentado novas propostas. No dia seguinte, a 4 de Outubro, o mediador deu por encerrado o processo de conciliação decorrente da total recusa negocial por parte da Administração do HCVP.

Os sindicatos informaram nesta reunião e solicitaram entretanto, a mediação do processo.

Por outro lado, a Administração do HCVP, para além de não querer negociar, não só não tem cumprido o AE, como ainda têm recorrido a irregularidades nas admissões de novos trabalhadores, tendo criado uma empresa de subcontratação, que nos últimos anos e decorrente das precárias condições de trabalho que instituiu, tem gerado discriminações, grande rotatividade e instabilidade nos serviços.

Foi decorrente deste sentimento de indignação e injustiça, que todos os trabalhadores, os abrangidos pelo AE e os da empresa de subcontratação SERVIHOSPITAL decidiram, inequivocamente, no plenário realizado a 23 de Outubro condenar a atitude da Administração e aprovaram o recurso à greve para os dias 4 e 5 de Dezembro.

Mais decidiram, mandatar os Sindicatos a diligenciar junto de entidades terceiras e designadamente às que mais directamente estão ligadas à gestão e supervisão do HCVP (Direcção Geral de Saúde, PARPÚBLICA/Ministério das Finanças e Cruz Vermelha Portuguesa) audiências para aí colocar esta situação dramática, para trabalhadores e utentes.