DHLAs pretensões da empresa com as propostas de alterações aos horários não são claras, deixando em aberto todas as possibilidades de desregulação dos horários de trabalho, na medida em que define que os trabalhadores poderão ter diferentes horários de entrada, saída e descanso semanal, sem expressamente dizer de que forma mudam de escala de horário ou os dias de descanso.

É intenção da empresa que os trabalhadores que actualmente têm horário fixo com descanso ao fim-de-semana, passem a estar integrados em horários com a possibilidade de oscilações diárias, dos horários de entrada e saída e mudanças de turnos.

A empresa não refere os exactos dias de descanso dos trabalhadores, afirmando apenas, no vazio, que poderão passar a integrar um regime de descanso semanal misto, com uma folga semanal rotativa e uma fixa ao Domingo. Ou seja, os trabalhadores deixam de ter folgas consecutivas e ter fins de semana para descansar e estar com a família.

Não estamos perante uma proposta de horário de trabalho, porque esta pressupõe que o trabalhador, ao dar o seu acordo, sabe os exactos termos do seu horário de trabalho em cada semana do mês e do ano. Da mesma forma que sabe os exactos termos dos dias de descanso complementar semanal em cada semana do mês e do ano, porque é desta forma que os trabalhadores conciliam a sua vida profissional com a sua vida familiar e pessoal.

Os trabalhadores, não sabendo previamente qual o horário para o mês, não estão em condições de planificar a sua vida pessoal e o acompanhamento normal a filhos, pessoas a cargo, e compromissos pessoais e familiares.

A empresa quer também retirar, indevidamente, as pausas aos trabalhadores do Entreposto de Azambuja. Todos devem estar alerta e não aceitar a retirada das pausas que neste momento é já um direito adquirido dos trabalhadores e que a empresa não pode retirar. Se necessário avançaremos para tribunal para fazer valer o direito dos trabalhadores.

O CESP apela a que todos os trabalhadores da DHL se unam e lutem contra este ataque gravoso à sua saúde e vida pessoal.

Sabemos que será com a participação dos trabalhadores e o CESP, que vamos conseguir bloquear estas “ideias” da empresa que unicamente pensa no lucro a todo o custo, nem que para isso, coloque em causa a saúde daqueles que realmente produzem os lucros à empresa, os trabalhadores!

A nossa posição é clara! A pretensão da empresa em alterar os horários de trabalho tem de ser discutida com os trabalhadores e o CESP, no que diz respeito ao impacto nas condições de trabalho e de vida, às compensações financeiras por tal impacto e ao período concreto em que os recursos humanos a pretendem aplicar.

A empresa noutros locais de trabalho já resolveu e avançou com contrapartidas financeiras para resolver os problemas dos horários de trabalho, exige-se que igual comportamento seja tido para com os trabalhadores deste armazém.

O Sindicato sugere:

Que os supervisores façam um planeamento e uma melhor gestão, para aumentar a capacidade de trabalho, que permita uma melhor organização do tempo de trabalho de segunda a sexta-feira, como sempre defendemos;

Uma compensação que deve ter um valor justo, que compense o esforço pedido aos trabalhadores com estas alterações de horário, pelo impacto muito significativo na vida pessoal, familiar e social, e que essa compensação deve ser alargada a todos que vejam os seus horários alterados semanalmente ou mensalmente.

Á semelhança do que vai ser aplicado aos Operadores de Armazém da DHL Supply Chain na Auto-Europa em Palmela:

Subsídio de turno para todos os trabalhadores;

155€ de prémios ligados à alteração dos horários;

Caso a empresa não vá ao encontro das expectativas dos trabalhadores, não devem ser descartadas formas de luta, cujo momento e formato devem ser devidamente apreciados pelos trabalhadores em conjunto com o seu sindicato de classe, o CESP.