O Sindicato da Hotelaria do Norte acusa os patrões dos hotéis, restaurantes e cafés de Braga de não estarem a cumprir nova tabela salarial.

O sindicato fez hoje um porta-a-porta nos hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e similares na cidade de Braga e chegou à conclusão que praticamente nenhuma empresa está a cumprir a nova tabela salarial

Nos diversos hotéis visitados apenas dois estão a cumprir a tabela salarial. Hotéis importantes como o Meliá não cumprem a nova tabela salarial em vigor.

Nos estabelecimentos da restauração e bebidas, apenas o Café Viana está a cumprir a tabela salarial. Os demais não cumprem, inclusive cafés emblemáticos como a Brasileira ou grupos como a Celeste e o Cristo Rei não cumprem a tabela salarial.

Recorde-se que esta nova tabela salarial que foi publicado no Boletim do Trabalho e Emprego n.º 23, de 22 de junho de 2018, com efeitos a 1 de abril de 2018, representa para muitos trabalhadores com as categorias de empregado de mesa e balcão um aumento no salário de base de 58 euros, passando de 612 para 670 euros, bem como mais 2 euros nas diuturnidades, que passaram de 26,40 para 28,40 euros e 8 no subsídio de alimentação, que passou de 99 para 107 euros mensais, ou seja, os trabalhadores estão ser roubados em 68 euros por mês, desde abril deste ano. E todas as empresas estão obrigadas a cumprir, porque também já foi publicada no Diário da República n.º 144, de 27 de julho de 2018, a portaria de extensão.

Mas os problemas não ficam por aqui pois, em geral, os restaurantes, cafés, pastelarias e similares de Braga dão apenas um dia de folga, incluindo a Brasileira, quando deviam dar um dia e meio ou dois dias; não cumprem as cargas horárias máximas de 8 horas diárias e 40 horas semanais; tem horário infindáveis e desregulamentados de 10 e 12 horas diárias; muitas não pagam diuturnidades nem subsidio de alimentação previsto no contrato coletivo de trabalho; não pagam devidamente o trabalho em dia feriado; não dão formação profissional nem têm medicina no trabalho.

Dois trabalhadores confessaram ao sindicato que trabalham há mais de 20 anos na mesma empresa, têm um dia de folga por semana, trabalham 60 horas semanais e receberem apenas o salário mínimo nacional de 580 euros mensais, quando deveriam receber 805,40 euros, ter dois dias de folga e trabalharem 40 horas semanais.

O sindicato vai solicitar a intervenção da Autoridade para as Condições de trabalho em todos os estabelecimentos da cidade de Braga. Esta entidade inspetiva também é culpada por este clima de impunidade geral que o setor vive, ao não aplicar as coimas devidas.

FONTE:Sindicato da Hotelaria do Norte