Museo Nacional de Arqueología. LisboaOs trabalhadores do Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém e Museu Nacional de Arqueologia estão em greve de 25 a 28 de outubro

Os trabalhadores da bilheteira, receção e vigilãncia do Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém e do Museu Nacional de Arqueologia exercem o direito à greve das 10h00 às 11h00, dias 25, 27 e 28 de Outubro.

Esta tomada de posição prende-se com a constante falta de consideração e de respeito dos Dirigentes dos Serviços face aos trabalhadores, nomeadamente em relação ao direito ao descanso, gozo de férias, pagamento de trabalho suplementar e da falta de condições de trabalho.

Assim, os trabalhadores decidiram, em plenário, sob a forma de recusa total e concertada, de prestar qualquer trabalho no horário da abertura dos serviços.

CONDIÇÕES DESUMANAS DE TRABALHO

Há trabalhadores a laborar sob condições perigosas: trabalham com cadáveres de ratazanas por debaixo dos pés e os dirigentes dão-lhes sprays de cheiro e baldes com lixívia para aguentarem até que a empresa faça a desinfestação e proceda à remoção dos cadáveres. Há ratos a circular dentro dos serviços.

O espaço de que dispõem para tomar as suas refeições e guardar os seus pertences está em condições de total falta de salubridade, têm a caliça a cair-lhes no prato. Esta situação foi já denunciada diversas vezes, por este Sindicato à Diretora Geral do Património Cultural, arquiteta de formação, mas que ainda não dispôs nem de tempo nem de verbas para fazer as obras necessárias.

PAGAMENTOS DE TRABALHO SUPLEMENTAR EM ATRASO

Os trabalhadores são chamados a fazer trabalho suplementar em dias de eventos (por ex. concertos musicais, "festivais", jantares, recepções de visitas oficiais e todo o tipo de eventos públicos e privados), mas o trabalho realizado não é pago no devido tempo. Há eventos realizados em Maio, Junho, Julho e Agosto cujo pagamento aos trabalhadores está em dívida.

Importa frisar que se tratam de serviços da Cultura que faturam centenas de milhar de euros em bilheteira. Como pode não haver dinheiro para contratar pessoal, fazer obras e pagar aos trabalhadores o trabalho suplementar?

Em 2017, o Mosteiro dos Jerónimos recebeu 1.166.793 visitantes, a Torre de Belém 575.875 e o MN Arqueologia 167.634 (informação disponível em: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/museus_e_monumentos/estatisticas1 /ev201 7.pdf) No ano de 2016 geraram € 419.154,39 de receita à DGPC, isto apenas em aluguer de espaços e equipamentos

(informação disponível em: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/instrumentosdegestaonovo/relatorios_planos_de_atividades/2016/mapadefluxodecaixa.pdf )

DIREITO AO DESCANSO

Decorrente da gravíssima falta de pessoal, as normas laborais são sistematicamente violadas. Os trabalhadores são impedidos de gozar os dias de descanso a que têm direito, os dias de férias já autorizados são retirados, ou alterados sem aviso prévio. Resultando, por diversas vezes, serem avisados apenas na véspera de que já não podem gozar férias, porque algum colega não poderá comparecer ao serviço.

Os trabalhadores estão exaustos, fartos da falta de respeito e consideração demonstrada pelos dirigentes e exigem:

Contratação de pessoal;

Cumprimento das normas legais em matéria de horários e férias;

Pagamento das dívidas existentes por trabalho suplementar;

Cumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho.