motoristas mercadoriasFace à necessidade de medidas particulares de protecção aos motoristas de transporte de mercadorias, muitos dos quais têm de viajar por países também fortemente afectados pela pandemia COVID 19, a FECTRANS endereçou hoje uma carta ao Ministro das Infraestruturas e Habitação, com o seguinte conteúdo:

Vem a FECTRANS por este meio solicitar alguns esclarecimentos e dar alguns contributos sobre um subsector que nos preocupa bastante, o do serviço internacional de mercadorias.

Como V.exa. saberá muito melhor que nós a situação que se vive atualmente à escala mundial, mas muito particularmente na Europa, no que respeita à pandemia do “Covid 19”, não pode deixar ninguém indiferente.

Assim, não nos é possível entender que o Governo não tenha tomado medidas criteriosas e especificas para os motoristas deste sector. Todos temos conhecimento que mais à frente teremos de enfrentar problemas concretos, cá estaremos para os discutir e analisar.

Contudo, no presente não é admissível que existam trabalhadores a fazer os corredores internacionais, que chegam ao nosso país e não ficam de imediato em quarentena profilática, uma vez que infelizmente para eles, bem como para as suas famílias em particular, mas para a população portuguesa são trabalhadores com fortes riscos de contração e propagação do vírus.

Num momento em que os patrões afirmam ter já muitos veículos parados, têm de obrigatoriamente proceder à rotatividade dos trabalhadores, como forma de controle da saúde dos próprios trabalhadores, bem como da saúde pública.

Sabemos que todos os motoristas estão a passar por situações de rejeição de entrada quer em hipermercados quer em qualquer outro sitio onde pretendam adquirir bens de primeira necessidade, inclusive comida, até mesmo nos locais em que habitualmente usavam para tomar as suas refeições, tal como para satisfazer as sua necessidades fisiológicas e de higiene pessoal, pelo que no nosso entender o Governo deve providenciar, em determinados locais, no mínimo condições de distribuição de alimentos, pese embora tenhamos já conhecimento que a sociedade civil se está a organizar em algumas localidades, para tentar suprir estas situações, entendemos que esta também deve ser uma responsabilidade do governo.

Aproveitamos, para lembrar que as questões de rotatividade dos trabalhadores, se devem também aplicar aos trabalhadores do transporte de mercadorias em território nacional, onde inclusive na maioria das empresas não foram distribuídos materiais de proteção individual (tal como recomendação da DGS).

Lembramos que se estes trabalhadores deixarem de ter condições de saúde para cumprir com a sua atividade, os Portugueses em pouco tempo deixarão de ter bens alimentares nas prateleiras das grandes superfícies, medicamentos nas farmácias, bem como alimentar a cadeia de produção nacional, tão importante para a economia.

Assim, propomos que este conjunto de trabalhadores seja olhado, cuidado e protegido de forma muito concreta e assertiva, tal como propomos nos parágrafos anteriores, aceitando ainda outras medidas tomadas por V. Exa., cujo target seja aumentar o índice de proteção destes mesmos trabalhadores.

FONTE: FECTRANS