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Os trabalhadores que fornecem as refeições nos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas estão a trabalhar sem Equipamento de Protecção Individual (EPI). O sindicato acusa a concessionária, ITAU, de colocar em risco os trabalhadores da empresa e de violar gravemente o plano de contingência.

Nota à Comunicação Social do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul:


Empresa ITAU viola o plano de contingência e coloca os trabalhadores em risco nos Hospitais Abrantes, Tomar e Torres Novas

A empresa concessionária ITAU - Instituto Técnico de Alimentação Humana, SA que presta o serviço de refeições (em refeitórios, bares e doentes e profissionais da saúde) no Centro Hospitalar do Médio Tejo, abrange os Hospitais de Abrantes, de Tomar e de Torres Novas, viola gravemente o plano de contingência e coloca em risco todos os trabalhadores ao serviço da empresa.

O Sindicato tem vindo a acompanhar a questão relativa ao surto epidémico do COVID 19 e tem procurado acompanhar o conjunto de medidas anunciadas, no sentido de que as mesmas sejam implementadas, tendo como objectivo central a defesa da saúde dos trabalhadores e dos cidadãos.

Foi com estes princípios, no inicio do mês de março/2020, que as trabalhadoras destas unidades solicitaram às chefias directas, oralmente, no cumprimento das primeiras medidas emanadas pela DGS de procedimentos de prevenção, controlo e vigilância em empresas, a entrega de EPI's (máscaras, luvas, aventais recicláveis), fardas, álcool ou gel para poderem prestar o serviço em segurança, para si, para os utentes e para os profissionais de saúde com que contactam diariamente no fornecimento de refeições.

A resposta da empresa, orientação vinda da sede, foi que era prematuro o uso de máscaras e/ou luvas e tal uso alarmava a população hospitalar e utentes, sem necessidade.

Aquando da declaração de estado de emergência, consubstanciado na situação de calamidade pública, as trabalhadoras insistiram para que fossem entregues respectivos EPI’s e pasme-se, a resposta dada foi que não tinham produtos (EPI’s) para distribuir.

Foi ainda proposto que fossem solicitados ao hospital os EPI’s, uma vez que estavam a exercer a actividade num serviço de apoio essencial num hospital, apesar de estas trabalhadoras exercerem funções, mas não serem consideradas como serviço essencial, foram informados, à posterior, que a resposta fora negativa.

Não é com este tipo de comportamento e irresponsabilidade, da violação do plano de contingência, a ser replicado por outras empresas, que esta pandemia será eliminada.

Recorde-se que idêntica situação ocorreu nos Hospitais de Portalegre e Elvas.

Há presente data estas trabalhadoras estão com uma grande ansiedade, depressão e o receio de todos os dias virem para estes locais de trabalho, sem condições, sabendo que ao final da sua jornada de trabalho, aquando do regresso a casa, no contacto com os filhos, pais e cônjuges, estão na ignorância de estarem ou não como portadoras do vírus COVID-19.

FONTE: Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul