pestana pousadasO Grupo Pestana Pousadas quer renovar o regime de lay-off mas o Sindicato da Hotelaria do Norte contesta a redução do rendimentos dos trabalhadores numa empresa que não actualizou a generalidade dos em 2019 e 2020, anos de avultadas receitas.

Comunicado de Imprensa do Sindicato da Hotelaria do Norte

GRUPO PESTANA POUSADAS QUER RENOVAR LAY-OFF NAS POUSADAS
MAS O SINDICATO MANIFESTA-SE CONTRA E EXIGE SALÁRIO COMPLETO

A Grupo Pestana Pousadas, S. A. (GPP) que explora as Pousadas de Portugal solicitou um parecer aos delegados sindicais sobre a renovação do regime de lay-off aos trabalhadores que trabalham nas 34 pousadas da rede.

A GPP não cumpriu os formalismos e procedimentos legais, designadamente não concretizou a alegada crise empresarial, não informou em concreto quais os trabalhadores que vão estar abrangidos pela medida da suspensão, indicou apenas que um pequeno número vai continuar a trabalhar, nem informa quais os que vão estar em regime de redução de horário e não informa os critérios usados na escolha de uns e de outros.

Os salários praticados na GPP são muito baixos e qualquer redução da retribuição dos trabalhadores agrava significativamente a já débil situação económica dos trabalhadores.

No quadro pandémico que vivemos, a situação ainda é mais grave, pois a generalidade da população foi afetada com o crescimento do desemprego, redução brutal do ganho mensal e acréscimo de despesas familiares inerentes à situação que vivemos.

Por outro lado, a GPP vive uma boa situação económica com resultados líquidos de exploração sempre a subir há anos consecutivos.

Em 2018, a GPP obteve mais de 41 milhões de euros de receita, já tinha tido dois anos excecionais em 2016 e 2017 com um crescimento de dois dígitos, bem como nos anos anteriores, pois desde 2012 tem crescido todos os anos em dormidas, ocupação e receitas. Os resultados de 2019 ainda não são públicos, mas todos os indicadores apontam para resultados similares aos dos anos anteriores.

Além disso, a GPP continua a investir no estrangeiro e, depois do Brasil, São Tomé e Uruguai, o GPP anunciou um novo projeto para uma pousada, desta feita para Goa.

Ora, o sindicato não é contra os investimentos, bem pelo contrário, mas que adianta tantos investimentos se os salários praticados em Portugal são tão baixos?

Recorde-se que a GPP não atualizou os salários da generalidade dos trabalhadores em 2019 e 2020, sendo que, a última vez que atualizou os salários de todos os trabalhadores foi em 2018, depois de dez anos de salários congelados.

Assim, o sindicato solicitou que sejam cumpridos os formalismos e procedimentos legais inerentes ao processo.

Contudo, e desde já, o sindicato manifestou-se contra a renovação do regime de lay-off e, caso a GPP pretenda, mesmo assim, manter a sua proposta de renovação do lay-off, então o sindicato reclama que a GPP complete os salários dos trabalhadores com o pagamento de 100% da retribuição em maio, com retroativos a abril, como se os trabalhadores estivessem em efetivo serviço.

O Estado tem a maioria do capital da Enatur, a quem pertencem as pousadas e, por isso, o Governo deve intervir e impedir este abuso por parte do Grupo Pestana.

FONTE: Sindicato da Hotelaria do Norte