Navigator arquivoA posição da administração do Grupo The Navigator Company, na negociação do Plano de Carreiras, vai ser analisada nos plenários que estão marcados para hoje, em todos os centros industriais. Os trabalhadores vão aprovar cadernos reivindicativos e propostas de revisão do Acordo de Empresa, que serão entregues à empresa em meados deste mês.

A primeira reunião de negociação do Regulamento do Plano de Carreiras, após o interregno determinado pelas medidas de combate à COVID-19, teve lugar no dia 3.

Na reunião as organizações representativas dos trabalhadores (ORT) afirmaram ser imperativa a conclusão do processo de reconhecimento e validação de valências (especialidades) à luz da OS 08/2010, bem como a resposta às reclamações e a clarificação das funções que não estão inscritas naquele documento. Os representantes da empresa informaram que todos os trabalhadores serão enquadrados, no limite, quando do fecho das negociações, sendo consideradas as funções (equipamentos) que não constam na OS 08/2010.

Na resposta à proposta para a área da Produção de Pasta, Papel e Energia, apresentada pelas ORT, na última reunião realizada antes da suspensão do processo negocial, a administração não veio ao encontro dos legítimos e justos interesses e expectativas dos trabalhadores. A posição patronal representa mesmo algum retrocesso.

As ORT defendem que todos os trabalhadores possam alcançar o nível C2 (job-grade 13), mas a empresa entende que, dadas as complexidades específicas e inerentes ao processo, há áreas em que este nível C2 não poderá ser alcançado. Mas para as ORT, independentemente das complexidades inerentes a cada área, é justo que a possibilidade de chegar ao topo de carreira esteja consagrada no futuro Plano de Carreiras, a par das regras para atingir esse nível.

O representantes da Comissão Executiva da administração admitiu que esta possa não ser a proposta final da empresa.

Lay-off desnecessário
devia ser salário integral

A Navigator decidiu recorrer ao lay-off simplificado, por 30 dias, desde 1 de Junho. Segundo a administração, esta decisão afecta um total de 1199 trabalhadores dos centros industriais da Figueira da Foz e de Setúbal (112 em lay-off total e 1087 em lay-off parcial), com vínculos às empresas The Navigator Company, Navigator Paper Setúbal, Navigator Pulp Figueira, Navigator Brands e Navigator Paper Figueira.

Numa reunião com a Fiequimental, a 29 de Maio, os representantes patronais comunicaram que só estaria garantida a totalidade das retribuições mensais certas e permanentes se os trabalhadores aceitarem abdicar de dias de folga ou férias, correspondentes a um terço do tempo de lay-off.

Nos dias em lay-off não serão pagos os subsídios de prevenção e de refeição.

A Fiequimetal manifestou a sua discordância em relação a esta solução (imposição), porque as férias são um direito dos trabalhadores que tem por objectivo proporcionar descanso, lazer, convívio familiar e recuperação do esforço despendido durante um ano de trabalho.

Para a federação, o grupo não tinha necessidade de avançar para o lay-off. Para garantir o pagamento integral aos trabalhadores, ajustando a produção à evolução das encomendas, seriam mais do que suficientes os 100 milhões de euros que decidiu não entregar agora aos accionistas. De reservas livres, para onde esta verba deverá ir agora, tinha já saído em Janeiro um montante igual para entregar como dividendos.