pingo doce cespEm diversas lojas Pingo Doce do Distrito de Lisboa está a verificar-se um grande aumento no número de trabalhadores infectados com covid-19, alerta o CESP- Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços. E denuncia ainda o sindicato que numa das lojas foi dado um documento a assinar que obriga os trabalhadores a não divulgarem, sob qualquer circunstância, o que se passou no local de trabalho.

Folha Sindical dos Trabalhadores do Pingo Doce/Jerónimo Martins do CESP:

Exigimos condições de trabalho com higiene e segurança, e respeito pelos nossos direitos!

O CESP tomou conhecimento que em diversas lojas Pingo Doce do Distrito de Lisboa, se está a verificar um grande aumento no número de trabalhadores infectados com COVID-19.

Até ao momento, a informação de que dispúnhamos era de que, em regra, eram colocados em isolamento profiláctico os trabalhadores infectados e os que com eles estiveram em contacto directo.

Numa loja Pingo Doce em Lisboa, durante os testes, trabalhadores da mesma secção confirmaram estar infectados.

A direcção de loja não tomou quaisquer medidas extraordinárias, limitou-se a deslocar trabalhadores de uma secção para outra sem qualquer desinfecção prévia, colocando em risco não só os trabalhadores da loja, mas também os clientes.

Neste local de trabalho, entregaram um documento aos trabalhadores para que assinassem tomando conhecimento da obrigatoriedade de não divulgarem, sob qualquer circunstância, o que se estava a passar no local de trabalho, caso contrário os trabalhadores iriam "sofrer consequências".

Perante a gravidade exposta, o CESP enviou ofício à empresa à qual ainda não obteve resposta.

Os trabalhadores, face às situações relatadas que se agravam, e ao número crescente de trabalhadores infectados nos diferentes locais de trabalho da empresa, exigem que o plano de contingência seja revisto para implementação em todas as lojas e armazéns com as seguintes medidas:

  • Perante caso suspeito ou confirmado no local de trabalho, teste de todos os trabalhadores desse local;
  • Controlo de temperatura (sem registo das mesmas) à entrada de todos os trabalhadores;
  • Fim das transferências de trabalhadores entre lojas e armazéns;
  • Desfasamento dos horários de entrada e saída dos turnos e dos períodos de refeição e das pausas;
  • Criar entradas e saídas diferenciadas dos trabalhadores nas lojas e armazéns;
  • Distanciamento social em todos os espaços sujeitos a maior tráfego e aglomeração de trabalhadores e clientes;
  • Cumprimento do distanciamento físico nas áreas sociais;
  • Disponibilização de doseadores de gel, luvas e máscaras para todos os trabalhadores, em quantidade suficiente;
  • Plano de Higienização reforçado em termos de periodicidade, e com recurso a agentes de desinfecção apropriados.
  • Desinfecção de todos os veículos de transporte de mercadorias e dos materiais que entram nas lojas e armazéns;
  • Informação acessível e simples na aplicação das medidas de prevenção nos locais de trabalho;
  • Envolver os trabalhadores e os seus representantes (Delegados/Dirigentes Sindicais) na elaboração dos Planos de Contingência do seu local de trabalho.

O CESP, uma vez mais, mostrou toda a disponibilidade para reunir com a empresa no sentido de agilizar estes processos de alteração aos planos de contingência e à tomada de medidas concretas.

Vamos continuar a lutar e a exigir do Pingo Doce/Jerónimo Martins respeito pelos trabalhadores e pelos seus direitos!