such concentração 640A justeza das reivindicações dos trabalhadores do SUCH - Serviço de Utilização Comum dos Hospitais reflectiu-se na muito elevada adesão à greve de hoje: praticamente 100% na área da alimentação e superior a 70% nas demais áreas, designadamente lavandarias, resíduos hospitais e manutenção.

Esta manhã, os trabalhadores em greve realizaram ainda uma concentração de protesto junto aos escritórios do SUCH, no Porto. Neste local aprovaram e entregaram à administração da empresa uma moção com as reivindicações que querem ver satisfeitas e expõem a iniquidade da sua remuneração face às funções que desempenham, às exigências da sua actividade e aos riscos a que estão expostos.

Moção

APROVADA PELOS TRABALHADORES DO SUCH NA CONCENTRAÇÃO REALIZADA NO PORTO DIA 29 DE JUNHO DE 2020

Considerado que:

  • Os salários praticados no SUCH são muito baixos e por isso mais de 90% dos trabalhadores recebem apenas o Salário Mínimo Nacional;
  • Os trabalhadores do SUCH estiveram na primeira linha nesta fase pandémica ao assegurarem a alimentação aos médicos, enfermeiros, demais funcionários hospitalares e doentes, incluindo as vitimas da Covid-19, bem como ao assegurarem outros serviços de apoio designadamente de lavandaria, manutenção, resíduos hospitalares e limpeza;
  • Os trabalhadores viram-se confrontados neste período com regimes de 12 horas diárias, adiamento das férias, recusa de dispensa ao trabalho para assistência aos filhos, falta de pessoal e ritmos de trabalho intensos, falta de equipamentos de proteção individual e coletiva, falta de testes de despistagem da Covid-19, etc;
  • Os trabalhadores do SUCH são equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres, mas não são equiparados aos trabalhadores da saúde para beneficiar de direitos;
  • O trabalho e o empenho dos trabalhadores do SUCH nesta fase difícil da vida dos trabalhadores não foram minimamente valorizados pela administração do SUCH nem pelo Governo;
  • A administração do SUCH não retomou as negociações de revisão do Acordo de Empresa para 2020, apesar dos diversos pedidos feitos pela FESAHT.

Assim, os trabalhadores em greve, concentrados junto aos escritórios do SUCH no Porto dia 29 de junho de 2020, exigem:

  1. Negociação imediata do Acordo de Empresa para 2020;
  2. Aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores, com efeitos a 1.1.2020;
  3. Redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais;
  4. Pagamento do subsídio de risco de 7%;
  5. Pagamento do trabalho prestado ao sábado e domingo com um acréscimo de 1 euro por cada hora prestada;
  6. Atualização do subsídio de refeição para 5,10 euros;
  7. Criação de um regime de diuturnidades, a vencer de 4 em 4 anos, no valor de 20 euros cada;
  8. Atribuição de uma compensação extraordinária para os que também estiveram na linha da frente contra a pandemia Covid-19 sejam compensados;
  9. Criação de um complemento de doença e de acidente de trabalho;
  10. Realização dos testes de despistarem da Covid-19 a todos os trabalhadores;
  11. Reforço do quadro de pessoal, contra os ritmos intensos de trabalho, por melhores condições de vida e de trabalho.

Porto, 29 de junho de 2020

Os trabalhadores