20200708DIM arquivoNas «orientações» divulgadas pelas associações patronais do sector farmacêutico (Apifarma e Apogen) para retomar a actividade de informação médica faltam respostas concretas e sobra margem de decisão para cada empresa e cada unidade de Saúde, afirma a Fiequimetal, propondo soluções.

Durante este período de pandemia, todos os trabalhadores do sector farmacêutico, como milhares de trabalhadores de outros sectores de actividade, tiveram e continuam a ter um papel de grande importância para fazer face às necessidades sanitárias e de segurança.

A Fiequimetal tomou conhecimento de um comunicado da Apifarma e da Apogen sobre «Orientações para a retoma das visitas a profissionais de saúde pelos profissionais da Indústria Farmacêutica e de Diagnóstico in vitro nas fases de Mitigação e Recuperação da Pandemia de COVID-19».

No documento frisa-se a importância da indústria farmacêutica, com o que concordamos inteiramente. No entanto, nele faltam respostas concretas em relação à retoma da actividade dos profissionais da indústria farmacêutica, nomeadamente dos delegados de informação médica (DIM). Não se deve deixar ao critério de cada empresa e respectiva administração a forma como essa actividade é retomada.

Nos últimos dias, a Fiequimetal e os seus sindicatos com representatividade no sector, a propósito desta posição das associações patronais, desenvolveram contactos com vários delegados de informação médica.

Desta avaliação, destacamos as seguintes preocupações:

• Não ficou claro quando e como se recomenda a retoma da actividade dos DIM, pois nas «orientações» patronais o regresso ao terreno é expressamente deixado ao livre arbítrio das administrações das empresas;
• Parecendo muito razoável e cómodo, este beneplácito potencia instabilidade e conflito, abrindo a porta a situações em que os DIM podem ser encorajados a quebrar regras, nomeadamente pelas pressões do trabalho em concorrência;
• Estranhamente, não é mencionado que exista um plano ou uma autorização da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Esta falta, numa circunstância de excepção como a que se vive, não será decerto a forma mais digna, ética e responsável de orientar a actividade dos DIM no terreno a nível nacional.

O que é necessário

Face à actual circunstância de excepção, medidas de excepção fazem-se necessárias, entende a Fiequimetal, defendendo que é essencial uma directriz emanada a nível central.

Contribuir para o trabalho ordenado e regulamentado dos DIM, igual no Norte, no Centro, no Sul, ou nas regiões autónomas, irá fomentar o seu melhor exercício.

Para a Fiequimetal, é necessária a elaboração de um Plano de Retoma da Actividade, com o aval da DGS, para assim comprometer todo o Serviço Nacional de Saúde e evitar as «posições locais», que em determinadas zonas de trabalho podem ser bastante nocivas ou, no limite, até impossibilitar a actividade profissional.

Na elaboração desse plano, devem ficar previstas algumas medidas, quer de orientação quer de prevenção, tais como:

• Evitar o contacto dos DIM com os doentes e com os trabalhadores administrativos, fazendo as marcações por telefone ou e-mail;
• Definir uma sala própria para as visitas dos DIM, a qual não deverá ser utilizada para ver doentes e deverá permitir manter a aconselhável distância de segurança;
• Sugere-se o retorno da actividade da informação médica a partir de 1 de Setembro (exceptuando os locais referenciados como “Centro COVID”), caso a situação não evolua desfavoravelmente;
• Devem ficar previstas as condições em que os profissionais da informação médica se apresentam nos locais de trabalho, definindo-se qual o equipamento de protecção adequado e imputando o respectivo custo integralmente à entidade que representa.

A Fiequimetal apela a que a Apifarma e a Apogen, ao promoverem reuniões com o Ministério da Saúde, a Direcção-Geral da Saúde e o Infarmed, relativamente a este tema, o façam com o envolvimento da estrutura sindical representativa dos DIM.

FONTE: FIEQUIMETAL