Petrogal fiequimetal 640Representantes dos trabalhadores da Petrogal (Grupo Galp Energia) realizaram na terça-feira uma acção de protesto junto à sede da empresa, nas Torres de Lisboa, reclamando a retirada do «plano social», que na verdade é um «plano de desemprego».

A acção, respeitando os condicionalismos da actual situação sanitária, teve lugar durante a manhã.

Numa resolução entregue ao cuidado da administração, é exigido da Petrogal que retire o seu «plano de desemprego» e que acabe com a precariedade em todos os locais de trabalho.

Do Governo são reclamadas medidas que garantam o direito dos trabalhadores ao emprego, com estabilidade, com salários dignos e com direitos.

Para abordar este problema, a Fiequimetal solicitou, ainda na semana passada, reuniões aos ministros do Trabalho e da Economia. A federação pretende abordar o futuro das refinarias e o direito ao emprego, no contexto da descarbonização (transição energética).

A grave situação na Petrogal suscitou ainda um pedido do PCP para realizar uma reunião com os organismos representativos dos trabalhadores da Petrogal, a qual deverá ter lugar no próximo dia 27, às 11h00, nas Torres de Lisboa, com a participação do deputado Duarte Alves.

Pressão inaceitável

Na resolução, considera-se que o apregoado «Plano Social» da Petrogal não passa de publicidade enganosa. Com o rótulo de «social», a administração pretende, na realidade, através da pressão e da chantagem, coagir os trabalhadores a aceitarem pré-reformas a baixo custo e rescisões de contratos, lançando-os no desemprego e colocando uma enorme sobrecarga na Segurança Social.

No documento alerta-se que, em algumas situações, os trabalhadores ficam sem o direito legal a qualquer apoio social.

Esta situação é ainda mais inaceitável, quando se trata de uma empresa que nos últimos anos tem distribuído dividendos fabulosos aos accionistas, enquanto continua a contratar trabalhadores em prestação de serviços para, com redução de direitos, garantir os seus propósitos de aumento da exploração.

A par das diligências junto das instâncias do Governo, entre outras, a intervenção sindical dirige-se no sentido de que seja reforçada a unidade dos trabalhadores em defesa do direito de contratação colectiva e dos direitos laborais.

Intimidação sem sucesso

Incomodada com a presença dos representantes dos trabalhadores, a administração chamou a Polícia, que identificou um dos dirigentes, ficando-se por aí a tentativa frustrada de intimidação e limitação do direito a denunciar publicamente a ofensiva contra o emprego.

FONTE:FIEQUIMETAL