20200322Hutchinson arquivo usde 640A Hutchinson, em Campo Maior, aproveitou a COVID-19 para obter o acordo dos trabalhadores e implementar um «banco» de horas individual, solução que desde 2019 é ilegal. A luta decidida em plenários começa a 26, dia da acção de âmbito nacional convocada pela CGTP-IN.

Os trabalhadores da Hutchinson Borrachas de Portugal, em Campo Maior, reunidos em dois plenários, fora da empresa, no dia 16, decidiram aderir à acção de luta nacional da CGTP-IN, no próximo dia 26, e fazer greve ao banco de horas negativo, por tempo indeterminado, a partir das zero horas desse mesmo dia, informou o SITE Sul, numa nota à comunicação social.

O sindicato recorda que, durante os dias 18 e 19 de Março, os trabalhadores foram pressionados a assinar um «acordo» de banco de horas individual, com a justificação da doença COVID-19, quando o banco de horas individual deixou em 2019 de estar previsto na lei. Isto foi um aproveitamento da sensibilidade dos trabalhadores a um problema de saúde pública, para os patrões pilharem direitos, sem que os trabalhadores tenham sido consultados nem informados previamente pelas estruturas representativas dos trabalhadores.

Estes reuniram-se em plenário, fora da empresa, no dia 16, depois de a empresa, no passado dia 2, ter tentado expulsar dirigentes sindicais do parque de estacionamento, enquanto estes esclareciam os trabalhadores.

Nos plenários ficou decidido:

- Mandatar o sindicato para emitir um pré-aviso de greve, a fim de travar as ameaças de faltas injustificadas a quem não for trabalhar ao sábado de forma gratuita;

- Solicitar uma reunião à empresa, para exigir que seja respeitada actividade sindical no interior da fábrica, de acordo com a legislação;

- Participar na acção de luta nacional, descentralizada, convocada pela CGTP-IN para o dia 26 de Setembro, para defender e garantir os direitos.

O sindicato afirma que a Hutchinson tem de assumir a sua responsabilidade. A pandemia não pode servir de desculpa. Os trabalhadores não podem suportar tudo e não devem nada à empresa.

Exige-se a defesa da sua saúde, a salvaguarda do emprego e o respeito pelos direitos.

FONTE: FIEQUIMETAL