protesto lojas Continente Lisboa Porto CoimbraO Sindicato realizará a acção junto dos clientes e da população, em protesto contra a aplicação do banco de horas, e em luta pelo aumento dos salários e pela negociação do contrato colectivo de trabalho.

Nota do CESP à Comunicação Social

TRABALHADORES DO GRUPO SONAE CONCENTRAM‑SE NO DIA 26 DE SETEMBRO, JUNTO ÀS LOJAS CONTINENTE DE TELHEIRAS, VALONGO E VALE DAS FLORES NOS DISTRITOS DE LISBOA, PORTO E COIMBRA

O Sindicato irá realizar uma acção de protesto e denúncia nas lojas Continente de Telheiras, Valongo e Vale das Flores do grupo SONAE, junto dos clientes e população em geral contra a aplicação do Banco de Horas, pelo aumento do salário para todos os trabalhadores e pela negociação do contrato colectivo de trabalho sem contrapartidas.

As empresas do sector da grande distribuição, à boleia das alterações à legislação laboral feitas pelo actual governo do PS como apoio do PSD/CDS, iniciaram processos de referendo nas empresas para implementação do banco de horas grupal, começou pelo Pingo Doce/JMR, estando agora a SONAE e a FNAC a fazê-lo.

A SONAE para tal efeito criou um projecto de regime de banco de horas grupal, que a ser aprovado, não só atenta contra o direito a ter vida pessoal e familiar, como obriga o trabalhador a ter de justificar todo e qualquer motivo que impossibilite a realização das horas em acréscimo, deixando na mão das chefias o poder de decidir a qualquer momento se o trabalhador é ou não obrigado a ficar após a sua jornada de trabalho. Sabemos que tal poder irá ser alvo da subjectividade da chefia, criando situações de desigualdade e descriminação. A empresa através das chefias, Gerentes e RH desenvolveram uma brutal campanha para convencer os trabalhadores a votar sim.

O Banco de horas é mais uma ferramenta para diminuir a retribuição aos trabalhadores, pois ao ser implementado, possibilita à empresa acrescentar horas de trabalho sem pagar o respectivo valor de 200% ao abrigo do trabalho suplementar, atribuindo ao trabalhador horas de descanso quando bem entender num período até seis meses.

O sindicato considera que a implementação do banco de horas, regime que bloqueou a negociação do contrato colectivo de trabalho condicionando assim o aumento de salário e revisão de direitos é um ataque claro à contratação colectiva, aos direitos nele consagrados, principalmente o direito do trabalhador conciliar a sua vida pessoal e familiar com a profissional – direito constitucional. Flexibilidade para as empresas, não para os trabalhadores.

Dizia Paulo Azevedo em 2012 "Acho que é uma flexibilidade muito bem-vinda para as empresas", "Estando todos cientes que é preciso trabalhar mais, acaba por ser uma das menores cedências” – Fonte DN.

Por estas e outras razões os trabalhadores vão realizar uma acção de protesto e denúncia aos clientes e população em geral, junto às lojas do Continente de Telheiras sito na Av. da Nações Unidas 1600-528 Lisboa – às 11h00m; Valongo sito na Av. do Conhecimento 75/R. Julião Sarmento 285 4440-837 – às 11h00m e Vale das Flores sito na Av. Mendes Silva 3030-193 Coimbra, no dia 26 de Setembro de 2020 – às 13h30m.