Dia nacional do ferroviárioAmanhã pelas 10h30m em frente ao Ministério das Infraestruturas, o SNTSF – Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, sindicato pertencente à FECTRANS/CGTP-IN, assinala o Dia Nacional do Ferroviário, com uma concentração de dirigentes e delegados sindicais, para a qual foram convidadas as Comissões de Trabalhadores do sector e na qual participará a secretária-geral da CGTP-IN.

Amanhã comemoram-se os 164 anos da primeira viagem de comboio em Portugal, que não teria sido possível sem ferroviários e por isso, vamos evocar essa data destacando o papel central dos trabalhadores do sector na construção e desenvolvimento do caminho de ferro e que através da sua acção e luta construíram também um património de direitos laborais e sociais e que ainda são usufruídos pelas actuais gerações de ferroviários.

São 164 anos de história, mas simultaneamente 164 anos de lutas pela reivindicação de melhores condições de vida e trabalho.

Desde cedo os ferroviários se organizaram e lutaram em defesa dos seus interesses de classe, havendo registos de greves ainda no século XIX, nomeadamente em Janeiro e Fevereiro de 1873 - greve de oito dias dos maquinistas, fogueiros e operários das Oficinas do Leste e Norte – e em Novembro de 1874 - greve dos operários das Oficinas Gerais da Companhia Real CFP e depois muitas se seguiram no século XX e XXI, das quais destacamos a greve nacional de cinco dias em 1911 e mesmo no período do fascismo, se destaca a luta do ano de 1969 com a acção da braçadeira negra, concentrações, abaixo assinados e a greve de Outubro desse ano.

Amanhã far-se-á a justa homenagem às gerações de ferroviários que nos antecederam e se renovará o compromisso de, a partir do seu exemplo, de continuar a luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores do sector ferroviário e pela colocação da ferrovia ao serviço do País e dos portugueses, com a unificação e investimento no sector.

Hoje somos informados de muitos investimentos no caminho de ferro, o que de modo geral saudamos, mas mais que anunciar milhões, é necessário que os mesmos saiam do papel e se transforme em realidade na renovação do material circulante e infraestruturas, inserido num plano geral de dinamização da indústria nacional e promoção do emprego em Portugal, de modo a que a riqueza produzida no País seja reinvestida no desenvolvimento nacional.

Mas é preciso destacar o papel dos ferroviários, sem os quais não há ferrovia, através do aumento dos salários e valorização das profissões e do emprego com direitos, com trabalhadores efectivos a ocuparem postos de trabalho permanentes.

FONTE: FECTRANS