Passado presente e futuroDirigentes e delegados sindicais do Sindicato do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário e membros das comissões de trabalhadores de empresas do sector assinalaram esta manhã o Dia Nacional do Ferroviário, numa concentração em frente ao Ministério das Infraestrutura, em que esteve presente a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.

Informação da FECTRANS:

Passado, presente e futuro

Hoje, dia 28 de Outubro celebra-se o Dia Nacional do Ferroviário; assinalando mais um ano sobre a data em que foi inaugurada, em 1856, a primeira linha férrea portuguesa entre Lisboa e o Carregado.

Uma celebração que tem lugar num momento em que, sendo generosas as palavras sobre o papel e a importância vital do sector no futuro do país, marcam passo, inexplicavelmente, as medidas que se impõem para repor a capacidade produtiva e de transporte destruídas ao longo de décadas, por sucessivos governos do PS, PSD e CDS. Destruição que se traduziu:

• Num prejuízo para o país e para a mobilidade das populações, condenando ao isolamento extensas áreas do território nacional, acentuando as assimetrias regionais e tornando o país, a nível industrial, mais frágil e dependente do estrangeiro;

• Na liquidação de dezenas de milhares de postos de trabalho, em todas as áreas do sector ferroviário; tendo-se encerrado mais de 1300 km de linhas e deixado desguarnecidas ou encerradas 3 em cada 4 estações e apeadeiros;

• No desmembramento do operador público ferroviário, amputando inúmeros serviços e actividades necessárias ao seu funcionamento.

• Na crescente dependência do modo rodoviário, nomeadamente das empresas privadas de transporte rodoviário e de transporte de mercadorias;

• Na falta de capacidade produtiva nacional de material ferroviário para responder às necessidades do país;

• Na falta de trabalhadores e na perda de conhecimento especializado, depois de décadas sem qualquer renovação de quadros;

Só não se foi mais longe, porque a este plano de aniquilação do sector se opuseram firmemente os Ferroviários, garantindo com enorme esforço e sacrifício que os comboios tenham continuado a circular em segurança e com qualidade, mesmo perante o enorme desinvestimento que se tem verificado.

Este plano viu recentemente uma inflexão positiva no retorno à CP da EMEF e na recuperação de material circulante encostado, medidas desde sempre defendidas pelos ferroviários.

Atendendo a este cenário, para o SNTSF não basta celebrar mais um dia de calendário para que seja efectivamente reconhecido o papel dos Ferroviários no desenvolvimento e modernização do país ao longo destes 164 anos. É hora de ser valorizado o seu elevado sentido de responsabilidade e brio profissional; o seu esforço centenário em prol do país e do serviço público ferroviário.

Para esta data ter um significado efectivo, impõe-se que o Governo e as Administrações das diferentes empresas ferroviárias invertam a sua actuação, deixando de pôr em causa os direitos dos trabalhadores e, passarem de promessas a efectivos aumentos de salários e valorização das carreiras.

Nesse sentido, fazemos desta data um dia de luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores ferroviários:

• Homenageando as gerações que nos antecederam que com a sua intervenção e luta construíram a base dos direitos sociais e laborais que são usufruídos hoje pela família ferroviária;

• Comprometendo-nos a lutar pela valorização dos salários, da dignificação das carreiras profissionais e pela melhoria das condições de vida e trabalho;

• Renovamos a nossa reivindicação de um sector ferroviário unificado, na base de uma única empresa pública que inclua todas as diferentes componentes de Infraestrutura, Gestão de Circulação e Transporte de passageiros e mercadorias; Manutenção, conservação e construção de material circulante e da via; Área técnica, administrativa e de formação;

FERROVIÁRIOS UNIDOS SOMOS MAIS FORTES

Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário

Comissão de Trabalhadores da CP

Comissão de Trabalhadores das Infraestruturas de Portugal

Comissão de Trabalhadores da Medway

Comissão Central dos Ferroviários Reformados