Auchan obriga trabalhadores a pagar decisão do Governo de encerrar lojas às 13 horasA Auchan comunicou aos trabalhadores que têm oito semanas para compensar as horas que não puderam trabalhar por causa do encerramento das lojas às 13:00 horas, decidido pelo Governo.

Afirma ainda a Auchan que “como estamos em Estado de Emergência a empresa pode mexer nos direitos dos trabalhadores”, reporta o CESP num comunicado à Imprensa.

Nota à Comunicação Social do CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal:

Auchan comunica à maioria dos seus trabalhadores que têm de sair até às 14h e estão obrigados a compensar as horas não trabalhadas no prazo de 8 semanas.

Mais uma empresa da distribuição alimentar que não respeita os direitos dos trabalhadores.

A Auchan, perante a decisão do Governo de mandar fechar as lojas às 13h, comunica aos seus trabalhadores que terão de compensar a empresa pelas horas que não irão trabalhar, chegando mais longe, afirmando que os trabalhadores têm 8 semanas para compensar as horas não trabalhadas (para alguns trabalhadores estamos a falar de 32h).

Afirmam ainda que “como estamos em Estado de Emergência a empresa pode mexer nos direitos dos trabalhadores”.

É mentira!

Os direitos dos trabalhadores não estão suspensos. Os trabalhadores, com declaração da empresa, podem deslocar-se para o seu local de trabalho e estão disponíveis para trabalhar no seu normal horário.

Se a empresa decide dispensar o trabalhador do dever de assiduidade assume igualmente que lhe paga o salário.

Não é aceitável que empresas com milhares de euros de lucros, empresas que desde o primeiro dia da pandemia têm tido os trabalhadores ao serviço, apesar dos medos e das enchentes de clientes, venham agora dizer que os trabalhadores terão de pagar as horas que não irão trabalhar, porque o Governo decidiu que as portas ao público terão de estar encerradas.

Voltamos aos velhos tempos, em que os hipermercados encerravam às 13h de domingo e o Auchan obrigava os trabalhadores a pagar as 3h em falta durante a semana. Foram obrigados a recuar na altura. Serão obrigados a recuar agora.

As autoridades competentes têm o dever de intervir para repor a legalidade.

A Direcção Nacional do CESP