A União dos Sindicatos de Lisboa assinalou, ontem, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres com uma Posição Pública sobre a situação da mulher trabalhadora no distrito, sobressaindo que as mulheres constituem a maioria dos desempregados e que, a nível nacional, constituem a maioria dos trabalhadores em situação de lay-off.

COMISSÃO DISTRITAL IGUALDADE MULHERES E HOMENS
UNIÃO SINDICATOS LISBOA

POSIÇÃO PÚBLICA

25 de Novembro – Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres

MULHERES TRABALHADORAS DO DISTRITO DE LISBOA

IMPACTOS DA PANDEMIA

O direito ao trabalho com direitos é fundamental para a vida de qualquer ser humano, mas quando este elementar direito é vedado, outras dimensões da violência se agigantam,  incluindo a pobreza e a exclusão social.

No distrito de Lisboa, as mulheres constituem a maioria dos desempregados:

DESEMPREGO

Perto de 50 mil desempregadas inscritas nos centros de emprego do IEFP.

Em Setembro deste ano estavam inscritas nos Centros de Emprego do IEFP do Distrito de Lisboa 47.704 mulheres, mais 9.005 que o número de homens desempregados. 

As mulheres são maioritárias no desemprego.

Cerca de meio milhar de mulheres foram despedidas, em processos de despedimentos colectivos na Região de Lisboa e Vale do Tejo:

DESPEDIMENTOS COLECTIVOS

Perto de 500 mulheres envolvidas em despedimentos Colectivos (RLVT)

Fonte: DGERT

As mulheres constituem também a maioria dos trabalhadores em situação de lay-off, a nível nacional (dados não desagregados por distrito):

LAY-OFF

Perto de 712 mil mulheres no país estão em Lay-off

As mulheres constituem 51,5% dos trabalhadores em situação de Lay-off.

Fonte: GEP - MTSSS

3 CASOS RECENTES NO DISTRITO

Recentemente anunciado, um dos maiores despedimentos colectivos no Distrito, pela empresa de limpeza industrial ISS FACILITY SERVICES, subcontratada no Aeroporto de Lisboa, em que 80% dos trabalhadores abrangidos são mulheres.

 Num tempo em que é preciso continuar a salvar vidas, mas também defender o emprego, o CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DE LISBOA CENTRAL (Hospital São José) anunciou a não renovação dos contratos de trabalho de duas enfermeiras, uma grávida e outra com uma doença degenerativa.

No PINGO DOCE, a prepotência patronal levou ao despedimento individual de uma trabalhadora e dirigente sindical que denunciou a falta de condições de saúde, higiene e segurança nas lojas, em tempos de pandemia, na defesa das condições de trabalho das suas colegas e também dos clientes.

Neste dia 25 de Novembro de 2020, denunciamos a violência do desemprego que se tem vindo a acentuar no Distrito de Lisboa em relação às mulheres trabalhadoras que constituem a maioria dos trabalhadores nos sectores referidos - limpeza, saúde e comércio.

São as mesmas mulheres trabalhadoras que continuam a estar na linha da frente do combate à COVID-19 e não deixarão de resistir e lutar pelo emprego, pelos direitos, liberdades e garantias ameaçadas.

A Comissão Distrital para a Igualdade entre Mulheres e Homens da União dos Sindicatos de Lisboa – CDIMH/USL, assume o seu compromisso permanente na luta pela eliminação da violência contra as mulheres, defendendo e promovendo o emprego com direitos, contra o desemprego, o assédio e a precariedade laboral.

A CDIMH USL/CGTP-IN

25.11.2020