Pelo pagamento imediato do subsídio de Natal e pela garantia do pagamento atempado das próximas retribuições mensais aos trabalhadores, os activistas da Comissão de Trabalhadores da Arsenal do Alfeite e do STEFFAs - Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa fizeram hoje uma concentração em frente ao Ministério das Finanças.

Os trabalhadores da Arsenal do Alfeitetomaram esta semana conhecimento, em Novembro, do grau de gravidade da situação financeira do Estaleiro. Uma situação «crítica», nas próprias palavras do Conselho de Administração da Arsenal do Alfeite que, em comunicação aos trabalhadores, sob o título «Subsídio de Natal», deu conta da inexistência de verba para o pagamento deste subsídio juntamente com a retribuição de Novembro. É a primeira vez que tal sucede na longa história do Arsenal do Alfeite.

Nota conjunta da Comissão de Trabalhadores e do STEFFAs enviada em Novembro aos órgãos de comunicação social:

ARSENAL DO ALFEITE EM SITUAÇÃO FINANCEIRA CRÍTICA
SUBSÍDIO DE NATAL NÃO FOI PAGO AOS TRABALHADORES NA DATA HABITUAL

Foi com grande apreensão que os trabalhadores da Arsenal do Alfeite, SA (AA, SA) e os seus órgãos representativos tomaram esta semana conhecimento do grau de gravidade da situação financeira deste Estaleiro. Uma situação «crítica», nas próprias palavras do Conselho de Administração da AA, SA que, em comunicação aos trabalhadores datada de anteontem, sob o título «Subsídio de Natal», deu conta da inexistência de verba para o pagamento deste subsídio juntamente com a retribuição de Novembro, o que veio a confirmar-se hoje quando os trabalhadores receberam nas suas contas as transferências bancárias relativas apenas ao montante da retribuição mensal base. É a primeira vez que tal sucede na longa história do Arsenal do Alfeite/AA, SA.

A expectativa, anunciada pelo Conselho de Administração na mesma comunicação, de obter liquidez para o pagamento do subsídio de Natal até à data limite legal de 15 de Dezembro, não descansa, de modo algum, os trabalhadores, que legitimamente vêm a actual situação como uma séria ameaça, não só ao presente subsídio de Natal como ao pagamento atempado das próximas retribuições mensais. O pagamento do subsídio de Natal até à data limite legal também não eliminará eventuais prejuízos pessoais de trabalhadores que, legitimamente, esperavam este subsídio na data habitual.

A situação financeira actual da AA, SA é o espelho de políticas erradas seguidas no passado, de anos e anos de indecisões e hesitações, de falta de investimento e de não admissão de pessoal, como tem sido amplamente denunciado pelos órgãos representativos dos trabalhadores. É também uma situação que contrasta fortemente com as intenções anunciadas pelo Governo para o futuro deste Estaleiro no curto-prazo, designadamente no que toca a investimento e modernização.

É no interesse de todos (trabalhadores, Marinha e País) que a AA, SA tenha condições para honrar os seus compromissos, pois só desse modo poderá ser trilhado o caminho para o futuro deste Estaleiro, com a continuação – e o desenvolvimento – do importantíssimo papel que desempenha.

Os órgãos representativos dos trabalhadores da AA, SA, Comissão de Trabalhadores e STEFFAs, enviaram, hoje de manhã, um ofício conjunto dirigido ao Ministro da Defesa Nacional, no qual é solicitada a intervenção urgente da Tutela para que, em articulação com a Administração da AA, SA, seja encontrada uma solução célere e duradoura para o financiamento desta entidade no curto e médio prazo, por forma a eliminar situações como a actual, reduzir a ansiedade reinante entre os trabalhadores e permitir um caminho sereno e confiante para o futuro do Estaleiro e para a sua propalada modernização.