Call Centers Randstad II com greve no Natal e Ano NovoA falta de resultados satisfatórios nas negociações e nove anos de promessas sem concretização motivam a greve dos trabalhadores da Randstad II, de 24 a 27 de Dezembro e de 31 de Dezembro a 3 de Janeiro de 2021.

Os trabalhadores reclamam aumentos salariais efectivos, que melhorem as condições de vida e reconheçam o trabalho qualificado que é desenvolvido, e um tratamento não discriminatório entre trabalhadores.

Comunicado aos trabalhadores da Randstad II do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas:

E a saga continua...
Greve a 24 a 27 de Dezembro e de
31 de Dezembro a 3 de Janeiro!

As palavras são algo que apenas se pode valorizar quando correspondem às realidades.

No entanto, desde 2011 (há quase uma década) que a empresa demonstrou que os salários que pagam as nossas contas e sustentam a nossa vida, apenas contribuem para os seus lucros, pois estamos hoje abaixo dos, então, praticados.

A luta, e apenas esta, levou a que a situação não tivesse atingido situações de ser o salário mínimo apenas a ser praticado, bem como a avanços em algumas questões que, entretanto, se diluíram no que tinha sido retirado, como é o caso do Carnaval e feriado Municipal. O dia de aniversário foi conseguido, embora com aplicações diferentes e até a não o ser.

E em 2021?

As nossas propostas foram claras, reclamando aumentos salariais efectivos e que melhorem as condições de vida e reconheçam o trabalho qualificado que é desenvolvido. O salário, o subsídio de alimentação e outras matérias conheceram propostas e, principalmente, um tratamento não discriminatório entre trabalhadores.

A resposta, envolta num processo que merece uma resposta imediata e uma melhor apreciação em plenários a realizar oportunamente, é muito simples: a empresa aceita alargar o dia de aniversário ao projecto NOS, mas as condições são alteradas quanto ao praticado este ano, incluindo as do projecto EDP.

Aceita, ainda, poder repor apenas um dos feriados que tirou, nomeadamente o Municipal.

Admite que a pausa possa passar para 5 minutos, o que implicaria que pudessem, pelo que é deixado nas palavras, ser colocadas condições ou regras que a empresa deixa à sua responsabilidade em reuniões que realizaria com os trabalhadores.

Neste quadro, por muita vontade que pudesse existir, é impossível andarmos atrás das formigas e a ver os elefantes a passarem.

Basta!

Nove anos de promessas já passaram e unicamente a afirmação de que a partir dali tudo seria diferente se concretizou, para pior.

Ficou, desta forma, o caminho que nos deixaram: a Greve que se inicia às 00 horas do dia 24 e termina às 01 horas de dia 27 e tem o novo período que se inicia às 00 horas do dia 31 de Dezembro e a 01 horas de 3 de Janeiro de 2021.

O nosso compromisso e o dos trabalhadores sempre foi claro. A empresa apenas quer qualificar-nos como “gente que se queixa do bem que lhe fazem”.

O diálogo é algo que se vai degradando cada vez mais, pois as conversas não podem levar a resultados quando a empresa apresenta interlocutores uns atrás dos outros, repetindo-se argumentos e factos ano após ano.

A Randstad tem de saber o que quer e rever procedimentos. Os seus clientes, que deveriam ser as empresas onde tínhamos contrato, assistem passivas e retiram daí resultados: mais lucros!

E o caminho...

Como até hoje ele terá de ser construído por nós, através de uma ação permanente dos trabalhadores nos locais de trabalho e na rua. Até lá, uma greve com uma adesão total tem de ser conseguida e deixar claro que acabou a capacidade de tentar o que já se mostrou impossível: diálogo com resultados!

A todos um Bom Natal e um Feliz 2021!