florestaisA Guarda Nacional Republicana continua a ignorar e a não valorizar deliberadamente, a existência no seu quadro de pessoal civil, de mais de quatrocentos guardas-florestais, com funções de policiamento e fiscalização do cumprimento da  legislação florestal, da caça e da pesca e que são, igualmente, órgão de polícia criminal para a investigação da causa dos incêndios florestais.

O exemplo mais recente desta atitude por parte da GNR, é o de uma nota em destaque no portalda GNR, de 26/02/2021, em que a corporação dá conta de uma acção de fiscalização de um “corte e poda ilegal de cerca de 3000 azinheiras”, referindo que “os militares da Guarda detetaram, numa área aproximada de 42 hectares, o corte rente de 1939 azinheiras...”.

Nada de mais falso, porquanto quem detectou a infracção e levantou os respectivos autos, foi a Equipa de Protecção Florestal (EPF), a qual é composta exclusivamente por guardas-florestais, profissionais habilitados e com as competências legais adequadas para o efeito.

No dia anterior (25/2/2021) numa reportagem da SIC, no Primeiro Jornal, sobre a campanha de sensibilização das populações, para a limpeza dos terrenos rurais em volta das habitações, que a GNR está a levar a cabo, tendo para o efeito constituído equipas mistas de militares e guardasflorestais do SEPNA, as mesmas foram identificadas somente como “os militares da GNR”.

Estes casos não são únicos na acção da GNR, que claramente não divulga a existência do corpo de guardas-florestais, apesar de estes terem trazido consigo para a corporação em 2006, um património histórico que vem do Século XIV e um património de conhecimento e experiência profissional de dezenas de anos no âmbito florestal, da caça e da pesca.

A omissão da GNR quanto aos guardas-florestais, chega ao ponto de no seu Portal na Internet, em www.gnr.pt, com dezenas de fotos alusivas à missão da Guarda, não haver uma única de guardasflorestais, apesar de estes já se encontrarem ao serviço da GNR, há quinze anos, questão para a qual esta Federação já alertou por mais de uma vez.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais considera inaceitável este comportamento de desvalorização do papel e de intervenção dos guardasflorestais na sua missão de defesa da floresta e do património cinegético e piscícola nacional.

Tal facto traduz-se na desvalorização profissional e salarial, na ausência de condições e de meios de trabalho, a que estes trabalhadores estão sujeitos, como é o caso das viaturas TT e do armamento atribuído.

FONTE: FNSTFPS