Para os accionistas, está declarada a intenção de distribuir cerca de 755 milhões de euros, mas na reunião de ontem, para negociar a revisão salarial, a administração não saiu da sua proposta zero, ou seja, estagnação dos salários.
Para a Fiequimetal, sem valorização salarial não haverá acordo.
A comissão negociadora sindical liderada pela federação reafirmou a sua proposta de mais 90 euros, para todos, reiterando que a administração tem condições para se aproximar dos valores reivindicados. A validade destes argumentos é confirmada pelos 801 milhões de euros de lucros, nos resultados de 2020, apresentados na passada semana.
Nivelar por baixo
Com as desculpas do costume, a administração, que se diz muito aberta a negociaçar, continua a fazer simulacros de negociação.
Ao optar pela estagnação dos salários e das matérias de expressão pecuniária, a administração mostra que não respeita os trabalhadores, pois recusa a valorização dos salários que traduza uma mais justaa distribuição da riqueza.
Com tal posição, fica igualmente claro que os responsáveis patronais pretendem o nivelamento por baixo na sua política salarial.
Ao declarar que pretende distribuir aos accionistas cerca de 755 milhões de euros, a administração deixa claro para todos a consideração que tem pelos trabalhadores, com cujos representantes assume uma «negociação de faz-de-conta», tendo condições para uma verdadeira valorização da tabela salarial.
Exige-se que os representantes da administração avancem nas negociações com propostas viáveis. Não contarão com a Fiequimetal para assinar aumentos de zero por cento.
No actual momento, é fundamental o envolvimento dos trabalhadores, de modo a fazer sentir que, todos unidos, temos uma palavra a dizer.