Igualdade de Género uma luta que vamos continuar a travar para ganharIgualdade de Género
Para a União dos Sindicatos de Angra do Heroísmo a igualdade entre mulheres e homens é uma luta que vamos continuar a travar para ganhar!

O tempo passa e a trajectória das desigualdades entre mulheres e homens mantém-se no mundo do trabalho.

Os dados recolhidos pela União dos Sindicatos de Angra do Heroísmo, demonstram que as mulheres trabalham cada vez mais, mas ganham menos e com o desencontro de horários e dias de descanso semanal, o tempo que sobra para as entidades patronais, falta às mulheres trabalhadoras para o acompanhamento dos filhos e para o convívio familiar. Por outro lado, num quadro em que o lucro é endeusado e os direitos laborais e sociais fragilizados, a intensificação dos ritmos de trabalho leva a que sejam as mulheres a sofrerem o maior número de doenças profissionais, em especial, lesões músculo-esqueléticas e as derivadas do stress. Uma situação que as coloca também em maioria, entre as vítimas de assédio laboral e violência doméstica, com reflexos negativos na sua vida pessoal e no trabalho.

Para além do mais, a subvalorização do trabalho e das competências das mulheres, assim como o seu reflexo na retribuição, que é geralmente mais baixa ao longo da vida, reflecte-se também no baixo valor das prestações de protecção social e nas pensões de reforma.

Todas estas razões são bastantes para o Movimento Sindical Unitário da CGTP/IN acentuar a luta pelas questões da Igualdade de Género.

Nos Açores, governos e patrões dizem defender a igualdade, mas depois contradizem-se e opõem-se às propostas que visam melhorar e efectivar os direitos das mulheres trabalhadoras, ao mesmo tempo que, muitos deles, insistem na recusa de horários flexíveis a mães e pais trabalhadores com filhos até aos 12 anos de idade.

Em 2020 perderam o posto trabalho mais de 136 mil trabalhadores com vínculos precários, 67 mil dos quais mulheres (49% do total), grande parte sem acesso a qualquer prestação de desemprego. A maioria das trabalhadoras desempregadas não tem acesso a prestações de desemprego.

Pouco mais de um terço o consegue, sendo os valores auferidos, em média, muito baixos, de apenas 503 euros em 2020, significativamente abaixo do limiar da pobreza (540 euros em 2019).

Em 2020, 20,2% das mulheres em Portugal estavam em situação de pobreza ou exclusão social um valor superior ao dos homens (19,4%).

O risco de pobreza era particularmente elevado entre as trabalhadoras desempregadas, atingindo 37,6% em 2019 mesmo após as transferências sociais.

As mulheres reformadas tinham um risco de pobreza de 17,2%, indicador que atingiu o valor mais elevado desde 2015, e as trabalhadoras de 8,5%, demonstrando que há trabalhadoras que empobrecem a trabalhar devido aos salários muito baixos que auferem.

As mulheres trabalhadoras ganham salários ainda mais baixos do que os trabalhadores do sexo masculino: 14% em média, segundo dados do INE referentes ao 4º trimestre de 2020. Esta situação verifica-se em todos os grupos etários e em quase todos os tipos de contrato.

Os salários em Portugal não são suficientes para retirarem os trabalhadores da pobreza. Um em cada dez trabalhadores empobrece a trabalhar sejam mulheres ou homens.

A União dos Sindicatos de Angra do Heroísmo vai continuar a luta contra a exploração, pelo direito à igualdade das mulheres, no trabalho e na vida, como uma fonte de progresso e justiça social para todos os trabalhadores e para o desenvolvimento do País.

Porque enquanto as mulheres forem discriminadas, nenhum homem será verdadeiramente livre.

FONTE: União dos Sindicatos de Angra do Heroísmo