COVOESHOSPITAL GERAL DOS COVÕES
Continua o desmantelamento
Centro Hospitalar Universitário Coimbra encerra cuidados intensivos e urgência à noite

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, há muito que tomou posição não só se opondo à fusão dos hospitais de Coimbra, em 2011, como antes, em 2007, esteve frontal e convictamente contra a passagem do ex-Centro Hospitalar de Coimbra, onde se inseria o Hospital Geral dos Covões (HGC), a Entidade Pública Empresarial (EPE).

A empresarialização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que transformou e aglomerou as instituições de saúde (hospitais e centros de saúde) em empresas que designaram de Centros Hospitalares e Unidades Locais de Saúde que, apenas serviram para dar um golpe monstruoso nos direitos dos seus trabalhadores e por consequência, no SNS.

A empresarialização da saúde, diziam, seria o alfa e o ómega do salvamento do SNS. Mentira pura.

Quase 20 anos decorridos daquele “salvamento” inaudito, o SNS continua na senda do desinvestimento e crónico subfinanciamento, relação inversa com o crescimento do sector privado da doença e dos seguros ditos de saúde. Que venha o primeiro a desconfirmar esta evidência e estes resultados.

Em Coimbra, à boleia das sinergias da fusão dos hospitais, da dita reestruturação da rede de referenciação de diversas especialidades médicas, da economia de escala e o que mais lhes interessa, para o ataque e descaracterização do SNS, o Hospital Geral dos Covões, é o alvo a abater.

Não sejamos ingénuos. O caminho e o plano para o Hospital Geral dos Covões, foram e estavam traçados. O Plano para o HGC era e continua a ser o NÃO PLANO. Marta Temido e Rosa Reis Marques assim o confirmaram. Será que uma e outra ainda se lembram que lá trabalharam? Não temos dúvidas que sim, mas...

O HGC não pode perder mais serviços. O combate à falta de investimento nos serviços públicos de saúde, deve-nos nortear na nossa ação de luta.

Ação de luta que poderá contar sempre com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses com vista às legítimas aspirações dos utentes e profissionais, em defesa de um SNS Universal, Geral e Gratuito, numa clara rutura com a política de destruição mansinha e de veludo do SNS, exigindo uma efetiva e verdadeira reorganização hospitalar para fortalecer a resposta pública e não permitir fragilidades que dêem azo ao florescimento do sector privado, como continua a acontecer em Coimbra.

Sabemos agora, que os Cuidados Intensivos que excelentes respostas deram à atual pandemia, foram encerrados, como a urgência poderá seguir o mesmo destino durante o período noturno.

E o que mais se seguirá? É inconcebível e incompreensível que estas medidas sejam tomadas ao arrepio do interesse da saúde pública das populações.

Será que ninguém sabe o que atualmente se passa na Europa quanto à progressão da pandemia, onde todos os recursos disponíveis são escassos e em Portugal, designadamente em Coimbra, se encerram serviços públicos?

Neste âmbito, o Hospital Geral dos Covões tem urgência aberta para a sua autonomia e a luta dos trabalhadores e das populações é o único caminho para travar o esvaziamento ou redução da resposta diferenciadora deste hospital.

FONTE: SEP