Os trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit Portugal entregaram uma Carta Aberta ao Primeiro-Ministro, na Residência Oficial, em São Bento, onde realizaram uma concentração.

Os trabalhadores desta multinacional, ameaçados de despedimento colectivo voltaram a manifestar-se, hoje de manhã, em frente ao Ministério do Trabalho, onde decorreeu uma reunião entre representantes do Governo (Secretários de Estado da Economia e do Emprego) e os representantes sindicais e da Comissão de Trabalhadores.

CARTA ABERTA
ao Primeiro-ministro

Passado um mês desde que foi divulgada a intenção de despedimento colectivo na Saint-Gobain Sekurit Portugal, SA, não tivemos até agora qualquer pronunciamento por parte do Governo.

Não é admissível que o Governo lave as mãos como Pilatos perante um processo de despedimento de 130 trabalhadores da multinacional Saint-Gobain que no 1º semestre deste ano teve lucros de 1.298 milhões de euros.

Uma situação tanto mais grave quando a multinacional recorreu às ajudas do Estado com o lay-off simplificado em 2020. Ou seja, o Estado pagou para a empresa manter o emprego e esta responde com a ameaça de encerramento, que constitui um atentado ao direito ao trabalho, põe em causa o bem-estar dos trabalhadores e das suas famílias e a economia da região e do País.

Estamos perante uma situação de clara má-fé e de uma atitude hipócrita, cínica, imoral e a todos os títulos condenável, que deve merecer não só a reprovação como a rejeição deste processo de despedimento por parte do Governo.

Não aceitamos que a única fábrica onde hoje é feita a transformação do vidro para a indústria automóvel seja substituída por um mero armazém logístico de recolha, armazenagem e expedição de produtos.

Os trabalhadores estão a assumir a parte que lhes cabe na defesa dos postos de trabalho, da produção nacional e dos interesses estratégicos de Portugal.

Cabe ao Governo assumir as suas responsabilidades, respeitando os trabalhadores, valorizando e potenciando as suas competências, actuando em tempo útil para salvaguardar o emprego, o interesse económico e social e impedir que esta fábrica encerre.

Não desistimos!

Por isso, na 2ª feira, 27, às 12h00, estaremos no Ministério do Trabalho para, a uma só voz, exigir aquilo a que temos direito: estabilidade e segurança no emprego e continuar a produzir para desenvolver o País.

A força da razão é a razão da nossa luta!

Os trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit Portugal, SA

Lisboa, 25 de Setembro de 2021