HSBA demissão em massa da liderança clínica do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) foi o culminar de vários gritos de alerta por parte dos médicos. O SMZS solidariza-se com a sua luta e exige a responsabilização do Ministério da Saúde e do Conselho de Administração, que não teve competência para tomar medidas atempadas para resolver uma situação crónica que se agudizou com a pandemia.

A demissão de toda a liderança clínica do CHS foi o culminar de vários gritos de alerta por parte dos médicos, que tudo fizeram para denunciar uma situação de carência e desorganização que penaliza os doentes e profissionais. Das múltiplas diligências que promoveram junto do Conselho de Administração, da tutela e da comunidade, apenas resultaram promessas falhadas e um intolerável desinteresse político.

A situação extremamente grave do CHS, motivada por uma desastrosa política de recursos humanos, onde o excesso de horas extraordinárias, a degradação das condições físicas de trabalho e a inexistência de apoio tecnológico fazem parte do dia a dia, conseguiu juntar todos os médicos num grito de revolta, mostrando um espírito de união e solidariedade que o SMZS saúda.

Para o SMZS, o Conselho de Administração do CHS, nomeado politicamente pela tutela, não sendo capaz de assumir o superior interesse da instituição, dos seus profissionais e dos utentes, não reúne quaisquer condições para se manter em funções, restando-lhe apenas a sua imediata demissão. A nomeação política dos conselhos de administração é, aliás, um dos problemas que afetam o Serviço Nacional de Saúde (SNS), afetando a capacidade de gestão e de tomada de decisão, além da falta de representação democrática e de transparência política.

O SMZS solidariza-se com a luta dos médicos demissionários e considera que o Governo e o Ministério da Saúde são os maiores responsáveis pela degradação que se verifica nos serviços de saúde, sendo urgente a renegociação da carreira médica e grelhas salariais, a discussão de medidas de fixação de médicos no SNS e o reconhecimento do estatuto de risco e penosidade.

 

Fonte: SMZS