manpower greveTrabalhadores da Manpower reunidos em plenário nas instalações da PT-Meo no Porto e Santo Tirso decidem marcar uma greve para dia 22 de Março, por salários justos e para que a cada posto de trabalho permanente corresponda um contrato efectivo.

Depois da realização de dois plenários que culminaram numa greve de 3 horas, realizada no passado dia 9 de Janeiro, com concentração frente ao edifício da PT-Meo no Porto, a Manpower e o Sindicato – SINTTAV reuniram no dia 17 de Fevereiro.

Os assuntos a tratar nesta reunião eram já bem conhecidos pela Manpower, considerando como prioridade a proposta de aumento salarial aprovada pelos trabalhadores por unanimidade no 1º plenário realizado dia 22 de Novembro de 2016.

A reunião não teve sucesso porque o “recado” da Administração a transmitir pelos seus representantes era de que a empresa não se encontrava em condições económicas que permitisse aceder à reivindicação dos trabalhadores, apesar de reconhecerem os baixos salários que pagam, em contraste com um volume de vendas superior a 114 milhões de euros.

Os trabalhadores da Manpower em serviço nos Call Centers e BackOffice da PT-MEO, respectivamente em Tenente Valadim-Porto e Santo Tirso, sentem um sentido descontentamento devido à sua situação laboral e à falta de reconhecimento pela abrangência e quantidade das responsabilidades que lhes são exigidas no desempenho das suas funções e que não se reflectem com equidade nos salários que auferem, para além de uma relação laboral altamente prejudicada por procedimentos abusivos.

Relembramos que a Manpower já não revê os salários dos trabalhadores há mais de uma dezena de anos. O salário mínimo nacional é regra da empresa para quase a totalidade dos trabalhadores que recebem mensalmente por um trabalho altamente especializado e desgastante.

Para piorar a situação, os trabalhadores laboram sobre uma pressão e instabilidade constante, porque a todo o momento o contrato pode cessar. Ou ser confrontados com uma cessão de posição contratual para outra empresa, ou ainda com uma “transmissão de estabelecimento” como parece ser uma nova figura agora a utilizar por estas empresas prestadoras de serviços.

Os trabalhadores, no Porto, reuniram pela 3ª vez em plenário no dia 7 de Março e reagiram com desagrado ao resultado da reunião com a Manpower que resultou numa total intransigência em relação à proposta dos trabalhadores que recordamos:

• Aumento de salário para 600€ para todos os trabalhadores a auferirem abaixo deste valor;

• Aumento em 4% nunca inferior a 40€ para os restantes níveis salariais

Acresce ao sentido descontentamento destes trabalhadores a completa insensibilidade da PT-Meo que, precisando todos os dias destes trabalhadores, continua a considerar nada ter que se preocupar com esta situação, ao contrário do entendimento do SINTTAV que responsabiliza esta Empresa como sendo a maior Operadora de Telecomunicações no País, acrescido da sua responsabilidade no plano social, deveria urgentemente fazer uma melhor reflexão sobre a importância de passar a ser um verdadeiro exemplo no contributo de gerar emprego com direitos, e neste sentido o Sindicato estaria completamente disponível para a respetiva cooperação, nomeadamente com a abertura de um diálogo sério e responsável que promovesse o início de um trabalho em torno de uma análise objectiva sobre em que termos e condições a considerar nos quadros efectivos estes trabalhadores que prestam serviços há mais de uma dezenas de anos seguidos a esta Empresa.

Os trabalhadores concluíram o plenário com a marcação de uma greve de 24 horas para o dia 22 de Março, com concentração a partir das 10h30 frente à Loja da MEO, Rotunda da Boavista, no Porto.

No call center da PT-Meo em Santo Tirso – os trabalhadores em reunião plenária decidiram aderir à greve.

FONTE: SINTTAV