A discriminação e o atropelo de direitos dos trabalhadores em unidades do Grupo SousaCamp foram motivo de vários pedidos de intervenção da ACT - Autoridade par as Condições de Trabalho, SINTAB, por parte do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal

Enquanto que nas unidades de Vila Real e Vila Flôr, por acréscimo de produção, que era expectável, a entidade patronal está a pressionar os trabalhadores no sentido de forçar o recurso ao trabalho suplementar, impedindo-lhes o gozo de folgas durante duas semanas seguidas, na unidade de Paredes, está a comunicar informação adulterada, impingindo a ideia de obrigatoriedade para prestar trabalho na unidade de Vila Real, que se situa a 65 quilómetros do seu posto de trabalho habitual, obrigando ainda a que as deslocações sejam feitas fora do horário de trabalho, sem recurso a qualquer remuneração adicional.

A estas irregularidades, acresce a situação grave de os trabalhadores que declinaram a proposta de rescisão terem sido afastados dos seus postos de trabalho e colocados à parte, num corredor sem condições de trabalho e excluídos de todas as decisões quotidianas da empresa, numa clara situação de discriminação com vista a forçar a desvinculação, o que representa, de forma clara, a prática de assédio laboral.

Nesta terça feira, à tarde, os delegados sindicais estão presentes na assembleia de credores que se realiza no Tribunal de Vila Flôr, e transmitirão a discordância dos trabalhadores com a decisão de incluir a dispensa de trabalhadores na proposta de recuperação da empresa.