sardinhasA Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca discorda da imposição de limites de captura de sardinha para o resto do ano de 2020, muito para além do que seria aceitável. O Governo ignorou todas as evidencias, incluindo os recentes dados dos cruzeiros científicos realizados, que confirmam o que os pescadores insistentemente têm afirmado quanto à abundância de sardinha.

Limitar a actividade da pesca de cerco a menos de quatro meses por ano e a proibição da pesca, às quartas-feiras, são outras machadadas no sector e um desrespeito por quem apenas vive do seu salário, que só existe se houver pesca.

Comunicado da Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca

PESCADORES DA SARDINHA DESCONTENTES COM LIMITES DE CAPTURA IMPOSTOS EXIGEM MAIS POSSIBILIDADES DE PESCA

Numa altura em que se confirma que o stock do recurso sardinha evidencia uma assinalável recuperação, a Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca, discorda, mais uma vez, com o despacho nº 7424-A/2020, que insiste na imposição de limites de captura de sardinha para o resto do ano de 2020, muito para além do que seria aceitável.

O governo, ignorando todas as evidencias, incluindo os recentes dados dos cruzeiros científicos realizados, que confirmam o que os pescadores insistentemente têm afirmado quanto à abundância do recurso sardinha, e não tendo em conta os sacrifícios feitos pelos pescadores nos últimos anos, insiste numa política de limitação das capturas de sardinha, que desbarata recursos e põe em causa a sustentabilidade económica e social do sector.

O sector não pode estar de acordo com mais esta imposição do governo, que ignora a opinião dos pescadores e, sobretudo, põe em causa os interesses nacionais, no que respeita ao aproveitamento dos nossos recursos, à defesa da produção nacional e à salvaguarda da soberania e independência alimentar.

Limitar a actividade da pesca de cerco a menos de quatro meses por ano é o mesmo que dizer que se “fechem as empresas” e que se abandone a actividade da pesca!

A Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca insiste que as possibilidades de pesca da Sardinha, tendo em conta o estado actual do recurso e a sustentabilidade do mesmo, se deveriam situar, este ano de 2020, na ordem das 30.000 toneladas, ao invés das pouco mais de 12.000 toneladas impostas pelos sucessivos despachos governamentais.

Se o recurso mostra uma evidência recuperação, já reconhecido por todas as entidades relacionadas, porque não pescar o máximo possível, sem prejudicar o recurso?

Insistir numa inapropriada política de restrição das capturas é insistir na “asfixia” de quem, todos os dias, luta e arrisca a própria vida, para tentar trazer o seu salário ao fim da safra.

A imposição da proibição da pesca, às quartas-feiras, é mais uma machadada ao sector e um desrespeito de quem apenas vive do seu salário, que só existe se houver pesca.

Este governo está a proibir a produção nacional!

Não é justo para as empresas nem para os pescadores nacionais, até porque frotas estrangeiras, continuam a produzir e a encher os nossos mercados com o pescado que somos proibidos de capturar.

Não podemos deixar que isto continue!

Têm de se mudar as políticas!

O planeamento da pesca e da produção nacional tem que ser sério e honesto, para que se possa responder às necessidades dos trabalhadores e das empresas.

Lisboa, 27 de Julho de 2020