Em Barcelos, Coimbra, Santarém e Lisboa, dirigentes, delegados e activistas sindicais e trabalhadores reclamaram das empresas o aumento do salário no sector rodoviário privado de passageiros.Este é um sector que está a nivelar os salários pelo SMN – Salário Mínimo Nacional, para diversas categorias profissionais, com níveis de formação, conhecimentos e responsabilidades diferentes.

Em todos os locais foi aprovado uma resolução e entregue um exemplar do postal que circula nos locais de trabalho para recolha de assinaturas.

A resolução aprovada é no sentido de centrar as reivindicações comuns a todos os trabalhadores nas questões dos salários e dos horários e foi uma primeira indicação de os próximos tempos têm (e serão) de mobilização dos trabalhadores deste sector

RESOLUÇÃO

Os trabalhadores do sector rodoviário privado de passageiros têm sido confrontados com uma desvalorização significativas do seu salário bases, que hoje são, no essencial, salários mínimos, ou estão muito próximos disso;Em pouco mais de 20 anos, a relação com o SMN foi substancialmente reduzida. Um salário de um Motorista de Serviços Públicos tinha um valor de cerca 160% do SMN, hoje é apenas de 105% ou, nalguns casos, igual ao Salário Mínimo Nacional:Para além da desvalorização de quem trabalha no sector e a quem se exige elevados níveis de conhecimento e responsabilidade, esta realidade distorce qualquer grelha salarial, porque concentra no mesmo nível de salários categorias de diferentes conhecimentos e realidades;É nesse sentido que a FECTRANS e os seus Sindicatos reivindicam um aumento geral dos salários, tendo apresentado uma proposta de aumento de 90€ por trabalhador, fixando-se como salário mínimo no sector 850€;Os baixos salários praticados, contribui para introduzir no sector práticas laborais que retiram aos trabalhadores tempo de descanso e de conciliação entre a vida de trabalho e a privada, transformando os horários de trabalho no sector, que deviam ser de 8 horas diárias no máximo, em jornadas de trabalho de 10, 12, 14 e mais horas;Para além dos impactos negativos que esta desregulação dos horários tem na vida de quem trabalha, é também a segurança que é posta em causa, já que as capacidades dos trabalhadores diminuem com a redução do tempo de descanso;Por isso, a FECTRANS e os seus Sindicatos reivindicam a redução do horário de trabalho, de forma faseada, para as 35 horas semanais/7 diárias, assim como a redução dos intervalos de descanso, tendo-se como referência e objectivo as duas horas;Os trabalhadores reunidos/concentrados no dia 19 de Maio de 2021, decidem:Reivindicar da ANTROP e das administrações das empresas, a abertura de processos de negociação com prioridade para os salários e tempos de trabalho, seguindo-se as restantes matérias com vista à melhoria da contratação colectiva no sector;Mandatar a FECTRANS e os seus Sindicatos, para prosseguirem o trabalho de esclarecimento e mobilização dos trabalhadores, na defesa das reivindicações centrais para os trabalhadores e para desenvolverem TODAS as formas de luta que sejam necessárias.

Fontes:

Foto: CGTP-IN

Texto: FECTRANS