Protesto nos hospitais privados contra salários muito baixosTeve início hoje, no Hospital Santa Maria Porto, um conjunto de acções sindicais de denúncia, protesto e luta à porta dos hospitais privados, promovidas pela FESAHT, a nível nacional, integradas na Jornada Nacional e Luta da CGTP-IN, por melhores salários e condições de trabalho e pela negociação da contratação colectiva.

As acções prosseguem ainda hoje, no Norte, à porta da Casa de Saúde da Boavista, no Porto, pelas 14:30 horas, e alargar-se-ão a nível nacional nos próximos dias.

Documento da FESAHT distribuído à população:

Aos clientes dos hospitais privados

À população

O setor da hospitalização privada paga salários muito baixos. Mais de 90% dos trabalhadores, incluindo auxiliares de ação médica e administrativos, recebem apenas o Salário Mínimo Nacional.

A associação patronal (APHP) recusa negociar com a FESAHT/Sindicatos aumentos salariais para 2021, bem como as demais propostas sindicais.

Os sindicatos tentaram negociar diretamente, empresa a empresa, mas estas também recusaram.

Hoje, o setor da hospitalização privada não se compara com as casas de saúde existentes antes do 25 de Abril de 1974, tendo aumentado enormemente em todas as áreas, designadamente no número de atendimentos nos serviços de urgência, consultas médicas, atos complementares de diagnóstico e terapêutica, havendo atualmente a nível nacional mais hospitais privados (114) que públicos (111).

Este crescimento tem sido feito à custa de transferência de serviços e dinheiros públicos para o privado e aos baixos salários praticados pelas empresas, que mantiveram os salários congelados muitos anos consecutivos.

Também as condições de trabalho na hospitalização privada não se comparam com o setor público pois, para além dos baixos salários, os trabalhadores são vítimas de ritmos intensos de trabalho e horários violentos.

Os trabalhadores estão em luta por melhores salários e melhores horários, por um regime de diuturnidades que valorize a antiguidade e experiência profissional, a redução do horário de trabalho para as 35 horas e um regime de férias mais favorável.

Por isso, pedimos o seu apoio e a sua solidariedade à nossa luta.

Lisboa, junho/2021

Direção Nacional/FESAHT”