A greve dos trabalhadores da Eurest que exercem a sua atividade profissional na cantina da escola EB1 Augusto Lessa, no Porto, que decorre hoje, tem uma adesão de 100%, pelo que não foram servidas refeições na cantina desta escola, bem como em mais 6 cantinas de escolas do município do Porto, num total de Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Hotelaria Turismo Restaurantes e Similares do Norte.

Aos pais dos alunos da Escola Augusto Lessa e à população foi distribuído um documento a denunciar a situação destes trabalhadores:

Aos pais dos alunos da Escola Augusto Lessa
À população

Os trabalhadores da Eurest, que exercem a sua atividade profissional na cantina da Escola EB1/JI Augusto Lessa, no Porto, estão hoje em greve, contra o despedimento coletivo promovido recentemente pela Eurest de 146 trabalhadores, e porque estão solidários com uma das trabalhadoras afetadas pelo mesmo, cujo posto de trabalho era na cantina do IEFP do Cerco, no Porto, mas que há muito tempo foi transferida para esta unidade.

A trabalhadora é necessária nos dois postos de trabalho, mas, mesmo assim, foi incluída no despedimento coletivo.

A Eurest tem um volume de negócios superior a 100 milhões de euros anualmente, dá milhões de lucro todos os anos e recebeu apoios do Estado neste período de pandemia.

Não há nenhum motivo para a empresa recorrer a despedimentos coletivos. O motivo alegado pela empresa da covid-19 é temporário e circunstancial. Não há mais nenhuma empresa do setor das cantinas e refeitórios que tenha recorrido a despedimentos coletivos.

Uma empresa que desenvolve a sua atividade concorrendo a concursos públicos para explorar serviços de refeições não tem fundamento legal fazer despedimentos coletivos pois, se entender que o caderno de encargos não é viável, basta não concorrer.

A empresa despede e contrata de imediato trabalhadores a termo, diretamente ou através de empresas de trabalho temporário, para os mesmos postos de trabalho, o que demonstra que precisa dos trabalhadores.

Neste segundo despedimento coletivo, depois da intervenção do sindicato no processo de informação e negociação, a empresa reduziu de 146 para 85 trabalhadores, tendo, por isso, retirado 61 trabalhadores do processo, mas devia ter anulado o processo por não haver motivo fundamentado.

Por isso, estamos em luta e pedimos o seu apoio e a sua solidariedade.

Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte