No sector automóvel exige se valorização do trabalhoA ACAP tem o dever de influir para a conclusão das negociações do contrato colectivo de trabalho do sector automóvel, que duram há mais de seis anos, com mais de 40 reuniões - exige-se na resolução «Pela seriedade na negociação do CCTV, com valorização do trabalho e dos trabalhadores», entregue no dia 1, em manifestação, na sede da associação patronal, em Lisboa.

Representantes dos trabalhadores das empresas do sector automóvel, vindos dos diferentes distritos, começaram por se concentrar no Largo da Princesa, subindo depois a Avenida da Torre de Belém em desfile, com faixas e bandeiras e gritando palavras de ordem, até à sede da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, a maior associação patronal deste sector.

Da ACAP e das demais associações patronais (ARAN, ANECRA e AIM), os trabalhadores e os seus representantes reclamam uma resposta positiva às propostas apresentadas pela Fiequimetal na negociação colectiva, nomeadamente:

• Aumento dos salários em valor nunca inferior a três euros por dia, o que corresponde a 90 euros por mês;

• Actualização dos salários de entrada nas empresas para 850 euros por mês;

• Redução progressiva dos horários de trabalho, para atingir o máximo de 35 horas semanais.

É possível e é justo

Como se assinala na resolução saída desta acção de protesto - integrada na jornada de acção e luta da CGTP-IN, que decorre até 15 de Julho -, as principais empresas do sector (designadamente, a VW Autoeuropa, a Mitsubishi Fuso, a PSA Mangualde, a Renault Cacia e a Caetano Bus) arrecadaram nos últimos dois anos cerca de 122 milhões de euros de lucros, que na sua maioria foram distribuídos aos accionistas.

O sector está em franca recuperação.

Segundo os dados das próprias associações patronais (ACAP e ARAN):

• Em Maio de 2021 foram produzidos em Portugal 24 688 veículos automóveis, o que representou um crescimento de 54,6% face ao mês homólogo de 2020;

• Em Maio de 2021 face ao mês homólogo de 2020, as vendas de ligeiros de passageiros cresceram 190,2%; de comerciais ligeiros, 52,3%; de pesados, 190,4%.

Na reparação automóvel, as empresas têm vindo sucessivamente a aumentar o preço da mão-de-obra cobrado aos clientes, mas os salários continuam estagnados.

Fonte: Fiequimetal