Pôr o comboio na linhaA Fectrans considera positiva a decisão do Governo relativa à aquisição de comboios, mas lembra que "a ferrovia não é apenas infraestruturas e material circulante, são também milhares de trabalhadores que, diariamente, apesar do desinvestimento de muitos anos, intervêm para assegurar um serviço de qualidade e seguro".

Que seja mais que um anúncio

Acerca às decisões do conselho de ministros relativamente à aquisição de comboios, temos a referir o seguinte: Consideramos positivos que o Conselho de Ministros reconheça a necessidade de investimento em novo material circulante ferroviário, como temos vindo a defender de que é necessária uma profunda renovação de material circulante, para além do único concurso que existe de aquisição de 22 comboios, que se encontra ainda por concretizar;

Como a vida nos tem demonstrado, anúncios para a ferrovia temos assistido a muitos, mas sem concretização dos mesmos e esperamos que este anúncio avance e que não seja só para alimentar discursos, visualizações e gostos nas redes sociais, que não traduzem a realidade concreta do sector na sua globalidade;

Na defesa dos interesses do País, seria importante que este plano de renovação do material circulante fosse ligado a um plano de desenvolvimento da indústria e aumento da produção nacional, no qual as actuais oficinas de CP podem ter um papel determinantes;

Mas a ferrovia não é apenas de infraestruturas e de material circulante, são também milhares de trabalhadores que, diariamente, apesar do desinvestimento de muitos anos, intervêm para assegurar um serviço de qualidade e seguro;

Não se pode falar em mais material circulante, ao mesmo tempo que subsistem falta de trabalhadores nas diversas áreas de actividade e que aqueles que asseguram toda a actividade se confrontem com a desvalorização dos seus salários e das suas condições de trabalho;

Para que os interesses de Portugal sejam salvaguardados e para que o investimento anunciado fique no domínio da esfera pública, é necessário que se concretize o processo de reunificação da ferrovia numa única empresa, que faça a gestão de todas as áreas de actividade – Operação de transportes de passageiros e mercadorias; infraestruturas e controlo de circulação; área oficial, formação profissional e técnica/administrativa -, ou seja, é preciso recolocar o rodado no carril.

Fonte: Fectans