Em Barcelos, Coimbra e Faro, a FECTRANS iniciou , no passado dia 16 de Julho, um ciclo de plenários e contactos com trabalhadores do sector privado rodoviário de passageiros para definir as reivindicações e acerca das acções de luta a empreender em sua defesa.

Nos plenários já realizados, os trabalhadores pronunciaram-se contra o nivelamento dos seus salários pelo Salário Mínimo Nacional e querem que a realidade das últimas décadas seja invertida e que haja um crescimento real do salário base.

Nos próximos dias irá continuar a discussão nos locais de trabalho e com as organizações do sector, de modo a alargar a unidade na acção e começar a preparar uma forte resposta dos trabalhadores.

Nos plenários que se realizaram e que irão realizar-se, esteve e está em discussão a seguinte resolução:

Os trabalhadores do sector privado rodoviário de passageiros, reunidos em plenário e após análise a sua actual situação social, consideram e decidem que:

A falta de resposta às propostas da FECTRANS é revelador do posicionamento da ANTROP e administrações das empresas de não quererem a valorização dos salários dos trabalhadores e as discussões já feitas nalgumas mesas de negociação pelo patronato do sector, representam um pequeno e insuficiente ajuste salarial e muito distante de responder à questão central da urgência da valorização do salário dos trabalhadores relativamente ao SMN – Situação que se agravará tendo em conta o que o governo tem anunciado apesar de insuficiente até ao final da presente legislatura;

Qualquer negociação terá que ter em conta o objectivo de que o salário do motorista cresça mais que o valor do SMN, de modo a garantir que daqui a dois anos, esteja acima deste, pois é um a necessidade e é possível de atingir com as propostas que apresentámos, de 90€ de aumento por trabalhador, fixando-se o salário mínimo no sector em 850€;

Algumas propostas feitas pelo patronato, contemplam a componente do aumento da jornada de trabalho para além do horário estipulado, mas o que os trabalhadores precisam é de aumento do salário e não de aumento das horas e dias de trabalho, antes pelo contrário é necessário a redução para as 35 horas do horário de trabalho, mesmo que faseado

O sector privado rodoviário de passageiros não pode assentar a sua actividade e concorrência na base de salários baixos, não podem continuar a ser os trabalhadores a “peça” mais barata da actividade da empresa, sendo assim o principal factor para o aumento dos lucros dos patrões;

A negociação colectiva não se pode fazer, à partida, com ajustes e junção de remunerações que o trabalhador já tem, mas sim pelo aumento do salário base;

É possível o aumento do salário, como se comprovou com o resultado da luta dos trabalhadores da TST, em que obtiveram aumentos em diversas rubricas e de 50€ na tabela salarial base;

Nesse sentido e na base da proposta inicial já apresentadas e sem prejuízo da continuação da negociação, os trabalhadores reivindicam que, de imediato, os salários dos trabalhadores sejam actualizados nos seguintes termos

  • Salário do motorista – 750€;
  • Salário dos demais trabalhadores – actualização na mesma percentagem;
  • Aumento do Subsídio de refeição;
  • Continuação da redução do intervalo de descanso para o máximo de 2 horas.

Na defesa destas reivindicações, mandatam a FECTRANS e os seus sindicatos, para promoverem formas de luta diversificadas, nas quais se deverá incluir a greve, afirmando como ponto alto das lutas convergentes os meses de Setembro e Outubro, nas empresas do sector.

 

FONTE: FECTRANS