ASSOCIAÇÃO PATRONAL APHORT QUER ACABAR COM OS DIREITOS DA CONTRATAÇÃO COLETIVA NA HOTELARIA E RESTAURAÇÃO

A FESAHT realizou ontem a 4.ª reunião de negociações com a associação patronal APHORT tendo em vista a revisão do contrato coletivo de trabalho (CCT) que não é revisto desde 2018.

Nesta reunião, a APHORT manteve a sua posição de condicionar os aumentos salariais à retirada de praticamente todos os direitos do CCT.

A APHORT quer alterar o CCT para reduzir o pagamento do trabalho em dia feriado e em dia de descanso semanal dos atuais 200% para o pagamento de menos de metade e, com o acordo do trabalhador, a empresa passaria a não ter de pagar nada; quer que as empresas deixem de pagar o subsídio noturno; deixem de pagar o prémio de línguas; deixem de pagar o abono de falhas; deixem de dar a alimentação em espécie; acabem com as diuturnidades; acabem com o capitulo da atividade sindical no CCT para impedir ou dificultar a atividade sindical nas empresa, entre outras graves alterações.

Esta retirada colossal de direitos, se a FESAHT aceitasse, representearia uma redução brutal dos rendimentos mensais dos trabalhadores, pois só nos feriados os trabalhadores perderiam, em média, mais de 700€/ano.

Em troca deste enorme roubo de direitos, a associação patronal teve o descaramento de propor para milhares de trabalhadores com a categoria de cozinheiro, rececionista, empregado de mesa, empregado de bar, empregada de andares, entre outras, até 5 anos de antiguidade, um aumento de zero euros nos hotéis de 3, 2 e 1 estrelas (705€) dois euros nos hotéis de 4 estrelas (707€) e de 4€ nos hotéis de cinco estrelas (709€). Para os trabalhadores das mesmas categorias com mais de cinco anos, a proposta da APHORT é de 707€, 710€ e 715€ respetivamente.

Este comportamento à mesa das negociações da contratação coletiva demonstra que é completamente falsa e propagandista a promessa pública dos patrões de melhorar os salários e as carreiras profissionais para atrair trabalhadores para o setor da hotelaria, restauração e bebidas.

Os sindicatos estão a realizar plenários de trabalhadores, a apresentarem cadernos reivindicativos de empresa e a discutirem formas de luta que obriguem a associação patronal e as empresas a retirarem de cima da mesa estas propostas vergonhosas e a garantirem aumentos salariais dignos para todos os trabalhadores do setor.

Fonte: FESAHT