DUAS SEMANAS DE LUTA NA HOTELARIA POR AUMENTOS SALARIAIS, NEGOCIAÇÃO DA CONTRATAÇÃO COLETIVA E MELHORES VIDA E DE CONDIÇÕES DE TRABALHO

Os hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e similares pagam salários muito baixos.

Centenas de milhares de trabalhadores do setor recebem apenas o Salário Mínimo Nacional de 705€.

Além disso, as empresas não valorizam o trabalho prestado em dia feriado e ao fim de semana.

Os horários de trabalho praticados no setor são muito longos e instáveis, não assegurando a conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar dos trabalhadores

Devido à falta de trabalhadores nas diversas secções, os ritmos de trabalho são muito intensos e põem em causa, de forma grave, a saúde dos trabalhadores e a qualidade de serviço.

Apesar do grande crescimento de turistas, de dormidas e de receitas, as associações patronais e as empresas recusam negociar a contratação coletiva, negociar melhores salários, carreiras profissionais e condições de trabalho dignas.

As empresas queixam-se da falta de mão de obra, mas não absorvem os formandos das escolas hoteleiras, reclamam junto do Governo a abertura de corredores de imigrantes, mas não garantem formação profissional em técnicas hoteleiras e línguas portuguesa e inglesa, nem contratos como efetivos para os imigrantes.

Com a vinda de imigrantes à força, as empresas o que querem é manter esta política de mão de obra barata, aumentar ainda mais precariedade e pôr em causa os direitos e a qualidade de serviço.

Por isso, o sindicato decidiu realizar duas semanas de luta, a 1.ª, que decorreu de 25 a 29 de julho, consistiu em contactos com os trabalhadores à porta dos hotéis, restaurantes e similares, denunciando o bloqueio da contratação coletiva por parte das associações patronais e sensibilizando e incentivando os trabalhadores para a apresentação de cadernos reivindicativos de empresa; a 2.ª, que tem lugar dias 1 a 5 de agosto, que passará por distribuir comunicados aos clientes em inglês e português à porta dos hotéis, bem como nos estabelecimentos de restauração e similares, culminado com uma manifestação de protesto dia 5 pelas ruas da baixa histórica da cidade do Porto onde se concentram a maioria dos estabelecimentos, visa denunciar junto dos clientes a situação social grave que o setor atravessa, numa altura em que os hotéis estão com lotação esgotada e recusam salários justos e condições de trabalho dignas.

Assim, o sindicato promove dia 2 de agosto, à porta do Hotel Intercontinental, na Praça da Liberdade, no Porto, pelas 10:00 horas, uma Conferência de Imprensa para denunciar publicamente a situação.

Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte