Suprimido é a palavra constante nos painéis de informação nas estações, em virtude da paralisação praticamente total dos trabalhadores da CP na greve que hoje se iniciou.

Esta é uma greve em que os trabalhadores reivindicam a solução de um problema estrutural da CP, que é a sua incapacidade de fixar os actuais trabalhadores e recrutar novos para preencherem as vagas existentes e todos reconhecem que isso se faz com o aumento dos salários.

Foi nesse sentido que foi feito um trabalho que culminou num relatório conjunto da administração e organizações sindicais, com uma unanimidade que o presidente da CP considerou histórica.

Com vista à sua aplicação, as organizações fizeram cedências de modo a permitir que os custos tivessem cabimento no Orçamento da CP deste ano e chegámos ao dia 24 de Abril com um acordo sobre os prazos de aplicação, que reduziu para metade os custos iniciais, mas que no dia 26 do mês passado, o presidente da empresa informou que não o podia aplicar por falta de aval do governo, que está em gestão.

De acordo com a informação do Ministro, este sempre acompanhou todo o processo e sustentou as propostas da administração, pelo que coloca desde logo uma pergunta; ou estava de má-fé, ou não sabia que estando em gestão não podia dar apoio às propostas que conduziram ao acordo?

Em vez de muitos discursos do Ministro, as organizações sindicais que entregaram o pré-aviso de greve de 7 e 8, pretendem medidas e soluções. Se já descobriram “alçapões” na lei que permite dar orientações à CP para aplicar uma parte do acordo alcançado em 24 de Abril, certamente também encontrarão as soluções para a garantia das restantes partes do acordo alcançado.

A CP tem dinheiro para aplicar o que foi acordado sem necessidade de recorrer a qual solução por parte do Orçamento do Estado, pelo que não se compreende que o acordado seja bloqueado por falta de vontade política.

Da parta sindical continua a haver empenho para procurar soluções para o conflito, havendo a disponibilidade para retomar a discussão desde que a administração ou o governo nos convoquem para reunir.

Entretanto recebemos mensagens de solidariedade de outras organizações de que destacamos já – RMT do Reino Unido; União Internacional dos Sindicatos de Transportes, Portos, Pesca e Comunicações da Federação Sindical Mundial; Fédération SUD-Rail de França; da ODT e da ODT - Cheminots de Marrocos.

Fonte: Fectrans

greve cp 7 maio 2025