A empresa multinacional Monliz, do grupo belga Ardo, com instalações em Alpiarça, recuou no regime de laboração contínua antes da primeira audiência judicial. Trabalhadores mantêm luta por salários e subsídios.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação, Bebidas e Similares (STIAC) informa que, na sequência da ação judicial interposta no início de maio, a empresa Monliz recuou e pôs fim aos horários ilegais praticados há vários anos na sua unidade de Alpiarça. A ação visava travar a imposição de regimes de laboração contínua com apenas uma folga semanal e fins-de-semana de descanso apenas a cada seis semanas, em clara violação do contrato coletivo de trabalho do setor do frio.

Antes mesmo da primeira audiência, a empresa cedeu, começando a cumprir os horários legalmente estabelecidos. Foram criadas equipas específicas para garantir a laboração ao fim de semana e os restantes trabalhadores passaram a trabalhar de segunda a sexta-feira, em turnos rotativos de 40 horas semanais.

O acordo judicial alcançado impede ainda a Monliz de voltar a aplicar este tipo de horários aos trabalhadores sindicalizados.

Esta conquista resulta da intervenção firme e persistente do STIAC/CGTP-IN ao longo dos últimos cinco anos na Monliz, multinacional com operações em sete países europeus e exportação para mais de 100. Durante este período, foram alcançados vários avanços laborais, nomeadamente:

- Aumento do subsídio de refeição;

- Pagamento do subsídio de turno e das horas noturnas no subsídio de férias;

- Cumprimento dos dias de nojo;

- Implementação de horários flexíveis para exercício da parentalidade;

- Reforço dos equipamentos de proteção individual (EPIs);

- Redução progressiva do recurso a contratos precários.

A confiança dos trabalhadores na ação sindical tem vindo a crescer, refletida nas adesões de 80% às greves realizadas em 2022 e 2023.

Os trabalhadores, reunidos em plenário no passado dia 19 de maio, valorizaram a vitória alcançada quanto aos horários e assumiram disponibilidade para continuar a luta. Estão em cima da mesa as reivindicações por aumentos salariais, majoração do subsídio de frio e pagamento do subsídio de transporte.

De janeiro a dezembro de 2025, está em vigor um processo de greve ao trabalho extraordinário, permitindo aos trabalhadores resistir à pressão para a realização de trabalho suplementar, incluindo tentativas de intimidação como advertências ou processos disciplinares.

O STIAC saúda a determinação dos trabalhadores da Monliz e reafirma o seu compromisso com a defesa dos direitos laborais, a valorização das condições de trabalho e o cumprimento integral da contratação coletiva.

Para mais informações:

Fonte: STIAC – Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos sectores alimentar, bebidas, agricultura, aquicultura, pesca e serviços relacionados

Greve com concentracao porta da Monliz