Face à divulgação, pelos representantes das diferentes Regiões de Turismo e corroboradas pelo Secretário de Estado em exercício, Pedro Machado,

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro denunciou a postura das associações patronais AHP e AHRESP, que se recusam negociar aumentos de salários dignos com a FESAHT e os seus sindicatos. As organizações patronais bloqueiam as negociações ao pretenderem impor alterações nos contratos colectivos de trabalho que mais não visam do que a eliminação de direitos, designadamente a aplicação de alterações na organização do tempo de trabalho que serviriam para aumentar a exploração dos trabalhadores e colocar em causa a conciliação da vida familiar e profissional. Aliás, como é reconhecido por todos, a falta de conciliação da vida familiar e profissional, juntamente com baixos salários e a não valorização das profissões, são os principais factores da falta de mão de obra no sector e a não fixação dos jovens que fazem a formação na área.

Aquilo para que pretendem a nossa assinatura para legalizar já são infelizmente as práticas em muitas unidades de alojamento e restauração, porque já foi negociado e assinado pelos sindicatos da UGT, cuja representação de trabalhadores é diminuta.

Hoje, isto que pretendem a nossa assinatura para legalizar, já são infelizmente as práticas em muitas unidades de alojamento e restauração, porque já foi negociado e assinado pelos sindicatos da UGT, cuja representação de trabalhadores é diminuta.

No Fórum “Vê Portugal”, que decorreu na Anadia, o Presidente da Turismo Centro de Portugal anunciou que, em 2024, a região teve 4,9 milhões de dormidas de turistas nacionais, sendo que também resultados totais reflectem aumentos muito significativos nas receitas e nos lucros arrecadados.

Não pode assim o Sindicato deixar de denunciar que onde governantes e patrões se passeiam e vangloriam dos resultados obtidos não haja lugar para a opinião de quem representa os trabalhadores, nem exista preocupação sobre as condições de trabalho e os rendimentos/salários dos que, todos os dias, fazem acontecer esses mesmos resultados, os trabalhadores.

São palavras como “o turismo é, e continuará a ser, o coração da economia portuguesa”, proferidas ontem pelo representante da Confederação Geral de Turismo, ou do lema do último congresso da AHRESP em Aveiro em 2024 “Gestão é ter o coração do lado certo”, que nos transportam para a seguinte pergunta: “Qual a parte do coração, da Gestão e da economia é que estes senhores e as suas organizações, destinaram para os trabalhadores?”.

Dos nacionais, aqui e ali se houve dizerem “precisamos dos melhores para melhorar a qualidade do serviço que prestamos, temos de ter medidas para os fixar”, mas depois quando se fala dos direitos, condições de trabalho e dos salários, tudo se inverte o que tem feito a que muitos optem pelo trabalho noutros países onde o salário e o reconhecimento da sua formação e profissionalismo são uma realidade.

Dos que vindo de outros países, de todos os continentes, procuram o nosso país, aqui chegam muitas das vezes com a ilusão de alcançar uma vida melhor, dizem-nos que em relação a esses, existe a necessidade do estado, criar medidas para desburocratizar a sua legalização, mas quando existem mecanismo legais, mesmo que não concordemos com alguns dos seus pressupostos, como é o caso da “via verde” para a contratação desses trabalhadores, afinal os mesmos senhores, vêm afirmar que não têm condições para criar habitação, dar formação e contribuir para uma inserção justa, mas o que não dizem, mas pensam e querem, é continuar a servir-se e a alimentar práticas de exploração, utilizando o recurso a “empresas” de subcontratação, algumas dirigidas por máfias, mas que servem os seus intentes, os de obter mão-de-obra barata e vulnerável, colocando-os a trabalhar em horários escravos e ainda com estes pressionando os nacionais para que aceitem condições semelhantes.

O Sindicato vai continuar o esclarecimento de todos, nacionais e imigrantes, com eles estabelecendo laços de organização para defesa dos seus direitos e combate á exploração, porque é nesses “Fóruns” os locais de trabalho, hotéis, restaurantes, áreas de restauração e bares que continuaremos a participar e onde queremos ter palavra, porque nos orgulhamos de ser um movimento sindical de unidade e solidariedade, somos da CGTP-IN.

Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro

Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro

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