A 20 de agosto a Direção de Lisboa do SEP irá promover a 'volta a Lisboa'. Esta iniciativa tem como objetivo alertar para os problemas dos enfermeiros e reforçar o SNS.

20 AGOSTO – VOLTA A LISBOA

9H00 | HOSPITAL FERNANDO FONSECA – HOSPITAL S. FRANCISCO XAVIER – HOSPITAL SANTA MARIA

10H30 | HOSPITAL S. JOSÉ

Os enfermeiros exigem:

  •  Admissão de mais enfermeiros para responder às necessidades das populações.
  •  Horários de trabalho regulares, compatíveis com a vida pessoal e familiar, com tempos de descanso adequados.
  •  Valorização e a resolução de problemas, nomeadamente o pagamento dos retroativos referentes à progressão e uma avaliação de desempenho que promova o desenvolvimento profissional.
  •  Reforço e investimento no SNS.

A carência de profissionais, nomeadamente de enfermeiros, é uma dramática realidade! A intencional desvalorização profissional, salarial e a diminuição das condições de trabalho tem levado à dificuldade na atração e fixação de enfermeiros.

Os cuidados de saúde da generalidade dos serviços são assegurados à custa do recurso a horas extraordinárias, à redução de elementos por turno, elevados ritmos de trabalho e a horários violentos o que compromete a segurança dos cuidados e sobrecarrega as equipas, provocando um elevado desgaste e o aumento de situações de burnout.

A região de Lisboa, particularmente afetada com problemas do acesso à habitação, é a região do país com maior carência de enfermeiros.

Assumindo como referência as regiões com melhores dotações do país (já de si carenciadas) em dezembro de 2022, a região Lisboa e Vale do Tejo necessitaria de mais 2721 enfermeiros nos cuidados de saúde primários e 4403 na área hospitalar, num total de 7106 enfermeiros. (1)

1- Dados disponibilizados no Estudo do PlanAPP "Os profissionais do SNS" de março de 2024

Entre as 10 instituições do país com mais elevada concentração de horas extraordinárias e o recurso a prestação de serviços clínicos, entre 2018 e 2022, encontram-se os Centros Hospitalares Universitários Lisboa Norte e Central, o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e a ARS Lisboa e Vale do Tejo. (2)

2- Dados disponibilizados no Estudo do PlanAPP "Tempo de trabalho dos profissionais do SNS" de maio de 2025

Decorrente disto, o descanso, o gozo de folgas e feriados, o direito à parentalidade ou o gozo do estatuto trabalhador-estudante são frequentemente negados.

O desinvestimento crónico no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o ataque continuado aos seus trabalhadores tem denegrido injustamente o SNS, um bem essencial das populações, uma das maiores conquistas da revolução de abril.

A campanha de degradação do SNS, intensificada nos últimos anos, procura levar a opinião pública a aceitar que a gestão privada é uma saída viável ou até inevitável.

O Governo acelera a entrega do negócio da doença aos grandes grupos económicos, cada vez mais beneficiados, como se comprova pelo novo programa do governo, quando estes já detêm mais de metade do dinheiro do Orçamento do Estado destinado à saúde.

O que se coloca em perigo é o acesso aos elementares cuidados de saúde, pois os interesses do SNS e dos grupos privados são contrários, um visa a saúde e o bem-estar das populações e o outro, a doença que é o que alimenta a gula do lucro.

 Fonte: SEP