ULS COIMBRA

Maternidades em Coimbra

Enfermeiros exaustos física e psicologicamente dizem não aos ritmos de trabalho desumanos

Tal como já ocorreu em anos anteriores, por motivo do encerramentos das diferentes unidades de saúde materna e obstétrica da região centro, os enfermeiros da Maternidade Daniel de Matos e Bissaya Barreto da ULS Coimbra, têm vindo a ser sobrecarregados com horas extraordinárias e consequentemente com ritmos de trabalho desumanos.

Se já durante o ano os recursos humanos são reconhecidamente insuficientes, neste momento de encerramentos, as duas maternidades de Coimbra, são o resultado prático e objectivo de um acumular de trabalho indesmentível.

A ULS Coimbra afectou algumas enfermeiras a estas unidades, vindas da ULS da Região de Leiria, mas que não vêm resolver problema estrutural nenhum. O trabalho, (também extraordinário) que estas profissionais irão realizar, sem qualquer período de integração, é um trabalho "à peça", afastado da visão global e integrada dos cuidados de enfermagem.

As condições de trabalho deficientes e circunstâncias tremendamente difíceis só são ultrapassadas pelo esforço, profissionalismo, dedicação e pela qualidade dos cuidados de todos os profissionais que têm evitado situações graves, com enormes riscos para as mulheres, os bebés e também para os próprios profissionais.

A escassez de recursos humanos e o envelhecimento das equipas é outra das dificuldades das maternidades em cumprir com as escalas. Aos profissionais são subtraídos os seus direitos laborais para colmatar este problema com escalas/horários com ritmos alucinantes, num esforço incansável de quem se já encontra no limite.

Cumprir os direitos das mulheres exige uma adequada prevenção, sinalização e proteção contra um conjunto alargado de riscos, articulada com o reforço de estruturas e dos meios necessários aos serviços públicos que intervêm neste domínio. No entanto, com as políticas de matriz economicista deste governo/ministério da saúde, verificamos que a obrigação constitucional de protecção às mães é cada vez mais difícil, onde os internamentos são cada vez mais curtos, apenas 48 horas de pós parto.

As maternidades devem ser dotadas de condições humanas e físicas para continuarem a ser "unidades de excelência nos cuidados obstétricos, ginecológicos e neonatais" da zona centro.

O melhor para as grávidas, mães e bebés é que a decisão seja tomada rapidamente e tendo em vista a sua segurança, bem-estar e futuro.

Fonte: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses