No dia 20 de agosto, os enfermeiros vão realizar uma caravana automóvel para assinalar as instituições com maior défice de profissionais numa Volta a Lisboa pela contratação urgente de profissionais e o necessário investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A iniciativa tem início no Hospital Fernando Fonseca e termina no Hospital São José.
A carência de profissionais, nomeadamente de enfermeiros, é uma dramática realidade e a região de Lisboa, particularmente afetada com problemas do acesso à habitação, é a região do país com maior carência de enfermeiros.
Assumindo como referência as regiões com melhores dotações do país (já de si carenciadas) em dezembro de 2022, a região Lisboa e Vale do Tejo necessitaria de mais 2721 enfermeiros nos cuidados de saúde primários e 4403 na área hospitalar, num total de 7106 enfermeiros.
Entre as 10 instituições do país com mais elevada concentração de horas extraordinárias e o recurso a prestação de serviços clínicos, entre 2018 e 2022, encontram-se os Centros Hospitalares Universitários Lisboa Norte e Central, o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e a ARS Lisboa e Vale do Tejo.
Os cuidados de saúde da generalidade dos serviços são assegurados à custa do recurso a horas extraordinárias, à redução de elementos por turno, elevados ritmos de trabalho e a horários violentos o que compromete a segurança dos cuidados e a sobrecarrega das equipas, provocando um elevado desgaste e o aumento de situações de burnout.
A intencional desvalorização profissional, salarial e a diminuição das condições de trabalho tem levado à dificuldade na atração e fixação de enfermeiros. Uma realidade que se insere numa campanha de degradação do SNS, intensificada nos últimos anos, que procura levar a opinião pública a acreditar que a gestão privada é uma saída viável ou até inevitável.
O Governo acelera a entrega do negócio da doença aos grandes grupos económicos, cada vez mais beneficiados, como se comprova pelo novo programa do governo, quando estes já detêm mais de metade do dinheiro do Orçamento do Estado destinado à saúde.
Os enfermeiros exigem:
- Admissão de mais enfermeiros para responder às necessidades das populações.
- Horários de trabalho regulares, compatíveis com a vida pessoal e familiar, com tempos de descanso adequados.
- Valorização e a resolução de problemas.
- Reforço e investimento no SNS.
- Fonte: SEP