No percurso da vida da CGTP-IN, os dias 1º de Maio - Dia Internacional do Trabalhador, têm sido até hoje, dias de grandes manifestações, festa e luta, realizados por todo o país sob a sua égide.
Também os oito congressos já realizados, constituíram momentos importantes da vida da Central.
Nesta breve memória, embora sendo importantes, não se referem todas aquelas realizações por constituírem iniciativas regulares programadas, optando-se por assinalar apenas algumas acções excepcionais e significativas realizadas em cada ano.

1970
 1 de Outubro

As direcções do Sindicato Nacional dos Caixeiros do Distrito de Lisboa, do Sindicato Nacional do Pessoal da Indústria dos Lanifícios do Distrito de Lisboa, do Sindicato Nacional dos Técnicos e Operários Metalúrgicos do Distrito de Lisboa e do Sindicato dos Empregados Bancários do Distrito de Lisboa convidam outras direcções sindicais para "comparecerem numa sessão de trabalho para estudo de alguns aspectos da vida sindical cuja discussão lhes parece da maior oportunidade".
A ordem de trabalhos proposta para a primeira reunião intersindical reflecte, desde logo, uma concepção de sindicalismo que não separa a resolução dos problemas dos trabalhadores da luta pelos direitos e liberdades democráticas fundamentais. Entre as questões "da maior oportunidade" que foram propostas para estudo, constaram o decreto-lei nº 49 212 (contratação colectiva), o horário de trabalho, a censura e a liberdade de reunião.
No dia 11 do mesmo mês, realizou-se em Lisboa a primeira Reunião Intersindical com a presença de 13 direcções sindicais. Iniciava-se assim o movimento das reuniões intersindicais.

1971
21 de Março

Aprovação do Programa Básico da Intersindical, documento em que se reivindica a liberdade sindical, o direito de livre negociação e o direito à greve.

1974


25 de Abril

O Movimento das Forças Armadas derruba a ditadura fascista. Desde a primeira hora, a Intersindical manifesta o seu apoio e encabeça o processo de democratização, através da destituição das direcções corporativas dos "sindicatos nacionais" e da eleição de novas direcções pelos trabalhadores. O aparelho corporativo acabou por ser desmantelado em poucos dias.

1 de Maio


Festeja-se o 1º de Maio em liberdade, organizado pela Intersindical, o qual constituiu a maior manifestação de massas alguma vez realizada em Portugal e foi expressão inequívoca do seu poder de mobilização e da adesão dos trabalhadores e do povo português ao 25 de Abril.


27 de Maio
É instituído pela primeira vez no nosso país um salário mínimo nacional no valor de 3300$00, que veio benebiciar mais de 50 por cento dos trabalhadores portugueses. O direito de greve e de liberdade sindical eram já exercidos na prática.

31 de Maio
A Intersindical define a "estratégia do movimento sindical" nos seguintes termos: "A estratégia sindical deve basear-se na organização sólida dos trabalhadores, na sua acção coordenada e unitária com todas as forças antifascistas para aprofundamento das liberdades, com o fim de afirmar e consolidar o Estado Democrático.

27 a 30 de Setembro
Manifestações em Lisboa, Porto e outras localidades contra o 28 de Setembro e os propósitos antidemocráticos do movimento conspirativo.

1975


11 de Março

A Intersindical apoia as medidas tomadas pelo Conselho da Revolução - nacionalização da Banca e dos Seguros.

30 de Abril
Após grandes manifestações, é publicada a lei que consagra a unidade sindical e as liberdades sindicais.

25 a 27 de Julho
O 1º Congresso da Intersindical (com a participação de 159 sindicatos) institui a Intersindical por vontade expressa dos trabalhadores, aprova os seus primeiros estatutos e programa de acção.

1976

27 de Novembro
Concentração no Estádio 1º de Maio, em Lisboa, contra o congelamento da contratação colectiva, contra os despedimentos e o 13º mês em títulos do Tesouro, pela defesa da Reforma Agrária e pelo direito ao trabalho.

1977

27 a 30 de Janeiro
Congresso de Todos os Sindicatos, em Lisboa, estando presentes 1147 delegados, em representação de 272 sindicatos, 13 federações e 17 uniões. "Apesar da alteração da correlação de forças com os acontecimentos do 25 de Novembro - diziam as conclusões do Congresso -, a Constituição veio institucionalizar o Estado democrático em transição para o socialismo".
O II Congresso foi o grande congresso da unidade e consolidou a CGTP-IN como a grande central unitária dos trabalhadores portugueses.

1978

20 de Dezembro
Concentração junto do Ministério do Trabalho dos trabalhadores das empresas com salários em atraso.

1979

17 e 18 de Fevereiro
1ª Conferência Nacional de Organização Sindical, em Lisboa, pelo reforço da unidade, pelo aumento da participação.

1980

21 de Junho
Manifestações em Lisboa (praça do Comércio) e em outras 33 localidades contra a política do Governo da AD.

1981


21 e 22 de Novembro
I Conferência Sindical da Juventude Trabalhadora, em Lisboa.

1982


12 de Fevereiro

Greve Geral contra a política antinacional do Governo da AD.

18 de Março a 3 de Abril
Marcha contra o desemprego entre Porto e Lisboa e entre Évora e Lisboa, com desfile nesta cidade no último dia.

11 de Maio

Greve Geral em defesa das liberdades e contra a repressão de natureza fascista, pela demissão do Governo e dissolução da Polícia de Intervenção.

1983


15 de Outubro

Jornada nacional de luta, com manifestações em Lisboa, contra a lei dos despedimentos (lay-off), salários em atraso e roubo do 13º mês.

1984

12 a 17 de Novembro
Conferência Nacional (descentralizada) pelo direito ao trabalho, pelas liberdades sindicais e democráticas.

1985

Luta contra os salários em atraso e pela reposição do poder de compra dos trabalhadores.

1986


1 de Maio

Centésimo Aniversário do 1º de Maio

29 a 31 de Maio
5º Congresso da CGTP-IN, no Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, tendo como lema "Trabalho e Progresso, Democracia e Paz".

1987


Acções de denúncia e de luta contra o trabalho infantil.

1988


28 de Março

Greve Geral contra o pacote laboral, pelo emprego e pelo progresso.

1989


16 de Novembro

Forum Nacional pelo Fim do Trabalho Infantil, que contou a presença do Presidente da República e de outros representantes do poder político e constituiu uma denúncia inequívoca, apoiada em documentos, da exploração de crianças em Portugal.

1990


25 a 29 de Junho

Semana de luta pelas 40 horas semanais, no máximo, de que resultou a redução da duração do trabalho em centenas de empresas.

1991


13 e 14 de Dezembro

Conferência Sindical Nacional da CGT-IN, onde foi efectuada uma profunda reflexão sobre os caminhos do sindicalismo e a intervenção dos trabalhadores na sociedade portuguesa.

1992


26 de Junho

Concentração junto do Centro Cultural de Belém, onde decorria a Cimeira Europeia correspondente ao final da Presidência Portuguesa, contra a revisão da Lei da Greve.

1993

Grande manifestação em Lisboa, integrada na jornada da CES "Juntos pelo Emprego, pela Europa Social".

1994


24 de Março
Aviso dos Trabalhadores, com acções em todo o país, contra a política do Governo e a tentativa de revisão da legislação laboral, pelo emprego, pelos salários, pelos direitos e pela segurança social.

1995

1 de Outubro
Comício no Pavilhão Carlos Lopes encerra vasto programa comemorativo do 25º aniversário da CGTP-IN. Durante este ano, para além duma campanha de sindicalização cujos objectivos foram não só conseguidos como ultrapassados (mais de 50 mil novos sindicalizados), realizou-se uma série de debates subordinados ao tema genérico "CGTP-IN - 25 anos com os trabalhadores", em que participaram inúmeras personalidades políticas e académicas do nosso país e estrangeiras, designadamente Mário Soares, Álvaro Cunhal, Meneres Pimentel, Cunha Rodrigues, Jean Lapeyre, João Ferreira do Amaral, Luís Sá, Boaventura Sousa Santos, Constantino Alves, Gomes Canotilho, Jorge Leite.

11 de Outubro
O Presidente da República agraciou a CGTP-IN com a Ordem de Mérito Português.

25 de Novembro
Conferência da CGTP-IN sobre a Juventude Trabalhadora, em Lisboa, em que esteve presente a preocupação de rejuvenescer o movimento sindical, com o objectivo de melhorar as condições de vida e de trabalho dos jovens portugueses.

1996

7 de Março, 11 de Abril e 16 de Maio
Jornadas nacionais de luta contra a proposta de Lei do Governo sobre a flexibilidade e a polivalência.

26 de Junho
Jornada de luta pelas 40 horas, emprego, salários e segurança social.

14 de Dezembro
Luta nas empresas e regiões de Braga, Aveiro e Porto, pelos horários de trabalho e em defesa do emprego.

19 de Dezembro
Concentração "Pelo emprego, pelos salários e pelos direitos", no Terreiro do Paço, em Lisboa, com deslocação para a residência oficial do 1º Ministro.

1997

18 de Janeiro
Deslocação de trabalhadores do sector têxtil, vestuário e calçado à residência oficial do 1º Ministro - luta pela redução do horário de trabalho.

22 de Março
Manifestação pelo emprego, salários, direitos e 40 horas semanais de trabalho, do Marquês de Pombal aos Restauradores.