FORTALECER A ORGANIZAÇÃO SINDICAL TAREFA DE TODOS OS DIAS E DE TODOS OS QUADROS SINDICAIS


JOÃO PAULO
Comissão Executiva da CGTP-IN

Estimados Camaradas

É comum o reconhecimento de que a nossa Central é a maior organização social do País. Nós, perante este grande colectivo que é o nosso Congresso reafirmamos que somos e queremos continuar a ser no futuro não só a maior organização social, mas a Central Sindical fiel ás suas raízes históricas, coerente com a sua natureza de classe e alicerçada nos seus princípios da unidade, da democracia, da independência, da solidariedade e do sindicalismo de massas. Queremos e vamos trabalhar para que assim seja.

É por isso que reafirmamos que as tarefas da organização sindical, são tarefas de todos os dias e de todos os quadros sindicais. Todos nós, todos os dias, temos a responsabilidade de no respeito pelos princípios que nos norteiam, contribuir com a nossa acção para reforçar organicamente a nossa gloriosa Central.

Nas propostas de Programa de Acção e de Plataforma para a Acção Imediata que submetemos a debate no nosso Congresso definimos um vasto conjunto de objectivos e de prioridades que correspondem a múltiplos anseios e justas aspirações dos trabalhadores e na proposta de Resolução sobre a Organização Sindical definimos as prioridades e os objectivos quantificados para o nosso trabalho nesta área.

São documentos com orientações e direcções de trabalho que se articulam e se complementam, porque sem organização, não há acção, sem acção não há luta e, sem luta não há conquistas.

O desgaste provocado pela forte e prolongada ofensiva protagonizada pelo grande patronato e o Governo PSD/PP, contra os trabalhadores, particularmente contra os seus direitos individuais e colectivos e pela luta que lhe opusemos, coloca-nos perante a exigência de se dar uma atenção redobrada ao fortalecimento da nossa organização a todos os níveis e particularmente nas empresas e locais de trabalho.

Esse fortalecimento, passa por sindicalizar mais, expandir a organização a novas empresas, eleger mais delgados sindicais e outros representantes dos trabalhadores, inovar métodos de trabalho e fortalecer laços de unidade e de solidariedade entre os trabalhadores.

Só uma organização forte e combativa pode responder com eficácia á necessidade de desenvolvermos uma acção sindical dinâmica, reivindicativa e potenciadora do desenvolvimento da luta para salvaguardar os direitos sociais e sindicais ameaçados e para alcançarmos com êxito os nossos objectivos.

A organização que pretendemos forte e dinâmica é inseparável da nossa prática de continuo aprofundamento da unidade na acção de todos os trabalhadores construída a partir dos locais de trabalho e tendo como base os seus direitos e pelos seus comuns interesses de classe.

Na nossa prática e nos nossos actos, tem que estar sempre presente que é na unidade na acção que está a força dos trabalhadores e que ela é imprescindível para se ter sucesso na luta que travamos.

A força dos trabalhadores é também inseparável do aumento da sua participação efectiva na actividade sindical a todos os níveis, com particular destaque nas empresas e locais de trabalho, onde a discussão e deliberação das propostas reivindicativas, dos seus resultados e das acções de luta a para os obter, são elementos aglutinadores e mobilizadores.

Estimados Camaradas

Queremos ser protagonistas de um sindicalismo de massas com intervenção e iniciativa mobilizadora dos trabalhadores para a acção sindical e para luta pela promoção dos seus direitos e interesses. Um sindicalismo que potencie o alargamento da nossa influencia trazendo para o nosso seio mais sindicalizados.

Sindicalizar mais, pressupõe mais e melhor trabalho sindical, a identificação e a definição de objectivos, bem como a planificação da acção para os concretizar, devendo os sindicatos destacar responsáveis pela direcção e avaliação regular deste trabalho.

No nosso Congresso reafirmamos colectivamente que temos como prioridade estratégica o rejuvenescimento e a renovação dos quadros em todos os níveis da estrutura sindical, que vamos cuidar da sua formação teórica e prática e, sem hesitações atribui-lhe responsabilidades de direcção e de dinamização da acção sindical, para que sejam os futuros dirigentes do movimento que somos e que queremos continuar ser.

Mas, a tarefa da renovação e sobretudo a do rejuvenescimento, terá que ter prioridade acrescida nas empresas e locais de trabalho através de um recrutamento selectivo que conduza á eleição de activistas novos e de novos activistas para Delegados e Dirigentes Sindicais bem como para representantes para Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho.

É por isso, e com esses objectivos, que apresentamos ao Congresso uma proposta de moção, em que valorizamos e damos conta dos resultados positivos alcançados desde o nono Congresso e, propomos para o mandato que agora tem inicio, 230 mil novas sindicalizações, a eleição de 10 mil delegados sindicais e de quatro mil representantes para a higiene, saúde e segurança no trabalho.

Outra prioridade no nosso trabalho, é dar continuidade á reestruturação sindical de acordo com as orientações inscritas no Programa de Acção, para que a estrutura e a organização que lhe dá suporte, sejam adequadas e ajustadas na razão directa das alterações que se verificam no aparelho produtivo e nos serviços.

A nossa estratégia na reestruturação visa assegurar a gestão e rentabilização de meios e quadros, a descentralização orgânica e a revitalização da acção e da actividade sindical, aumentando a sua eficácia e a capacidade de resposta na acção sindical e reivindicativa e na dinamização da luta.

Estimados Camaradas

È inquestionável que a CGTP-IN coerente com a sua natureza e fiel aos seus princípios, é uma importante, representativa e influente organização, porque está profundamente implantada nos locais de trabalho e prestigiada no seio dos trabalhadores e da nossa sociedade.

Muito nos honra que no decurso do mandato que agora termina, a representatividade da nossa Central se tenha alargado com a adesão de importantes sindicatos, particularmente com a adesão dos sindicatos dos professores do continente filiados na Fenprof.

O reforço orgânico da CGTP-IN é uma direcção de trabalho que temos de prosseguir de modo a chegarmos ao próximo Congresso com novos sindicatos filiados e com uma Central ainda mais representativa e abrangente, quer no plano sectorial, quer no plano regional.

A CGTP-IN mais fortalecida, mais implantada nos locais de trabalho, mais renovada e rejuvenescida é necessária para enfrentarmos e darmos firme combate á ofensiva patronal e governamental e para contribuirmos para uma alternativa política, com outro Governo que respeite os trabalhadores e os seus direitos e que cumpra a constituição da República.

Para isso precisamos de ter uma organização forte, sólida e dinâmica para dinamizar a luta a partir dos locais de trabalho. Luta que no imediato passa pela mobilização para a grande jornada que apontamos para o próximo dia onze de Março.

Viva a unidade e a organização dos trabalhadores!

Viva o X Congresso!

Viva a CGTP-IN!