A CGTP-IN enviou uma mensagem de solidariedade às principais centrais sindicais de França, Alemanha, Bélgica, Espanha, Grécia e Reino Unido, que abaixo se transcreve.

Caros Camaradas,

Esta semana, as vossas organizações têm vindo a mobilizar os trabalhadores franceses, alemães, belgas, espanhóis e gregos para importantes manifestações nos vossos países, para erguerem as vozes de descontentamento contra os inaceitáveis “planos de austeridade”, o “Pacto para o Euro” e as suas consequências para os trabalhadores e a economia dos Estados-membros da UE. No próximo sábado, o TUC organiza a “Marcha para a Alternativa” contra os cortes e pelo Emprego, o Crescimento e a Justiça.

Em nome dos sindicatos e trabalhadores que representa, a CGTP-IN transmite a sua profunda solidariedade com os objectivos das vossas manifestações e concentrações e deseja o maior sucesso na vossa mobilização para esta muito importante luta sindical europeia.

De facto, os trabalhadores e povos dos nossos países, na Europa e no mundo, estão a ficar fartos das medidas anti-trabalhadores, anti-sindicatos e anti-sociais promovidas pelas instituições europeias, pelos governos e o grande capital, que, a pretexto da crise internacional, estão a fazer pagar a factura aos trabalhadores e às camadas mais pobres da sociedade, agravando assim a exploração, as injustiças e a regressão económica. Ao agirem assim, mantém intocáveis os interesses e privilégios daqueles que são responsáveis pela situação em que vivemos e que continuam a acumular lucros escandalosos.

Porque em Portugal sofremos os mesmos ataques por parte do nosso governo e do grande patronato, a CGTP-IN e as suas organizações filiadas têm realizado importantes greves e manifestações. No passado sábado, 19 de Março, a CGTP-IN organizou uma grande manifestação nacional, assinalando um dia de indignação e protesto contra essas políticas e o 4.º pacote de “austeridade”.

Ontem, o Parlamento português recusou esse novo pacote de austeridade e, consequentemente, o Primeiro-ministro apresentou a demissão ao Presidente da República, que, quase certamente, irá convocar eleições antecipadas.

Nesta semana e nas que se aproximam, os nossos sindicatos filiados dos sectores dos transportes, comércio e serviços, restauração, hotelaria, estaleiros navais, correios, energia, entre outros, organizam diversas greves e concentrações, nomeadamente em defesa da negociação colectiva, dos salários, do horário de trabalho, das carreiras, dos serviços públicos e das condições de vida. No dia 1 de Abril, a INTERJOVEM promove uma manifestação nacional contra a precariedade e o desemprego, sob o lema “Em Luta! Queremos trabalho! Exigimos direitos!” e no dia 2 de Abril será realizada uma Marcha Nacional pela Educação, em Lisboa, em defesa da qualidade da Educação e da Escola Pública. No dia 9 de Abril, em Budapeste, os trabalhadores portugueses também estarão representados na manifestação europeia.

O nosso tempo é um tempo de acção e luta sindicais necessárias e consequentes, para combater a ofensiva anti-laboral, as injustiças e desigualdades sociais e para lutar por um novo rumo, com novas e diferentes políticas que garantam um futuro melhor e mais justo para todos nós.

Aceitem, caros camaradas, o nosso sincero e caloroso apoio e a nossa solidariedade sindicais.

Lisboa, 24 de Março de 2011

Graciete Cruz

Secretária de Relações Internacionais

Comissão Executiva

CGTP-IN/PORTUGAL

Dear Colleagues of CGT, CFDT, FO, UNSA, SOLIDAIRES, FSU, DGB, CSC, FGTB, CCOO, UGT-E, GSEE, TUC,

This week, you have been mobilising French, German, Belgian, Spanish, Greek workers for important demonstrations in your countries, to raise your voices of discontent against the unacceptable “austerity plans”, the “Pact for the Euro” and its consequences for the workers and the economy of the EU member states. Next Saturday, TUC organizes a “March for the Alternative” against cuts and for Jobs, Growth and Justice.

On behalf of its member unions and workers, the CGTP-IN of Portugal would like to declare its full solidarity with the objectives of all your demonstrations and rallies, and to wish you great success in your mobilisation for this very important European trade union struggle.

In fact, workers and peoples of our countries, in Europe and across the world, are getting fed up with anti-worker, anti-union and antisocial measures promoted by the European institutions, governments and big capital that, on the pretext of the international crisis, are making the workers and the poorer layers of society pay its burden, thus aggravating exploitation, injustice and economic downturn. Acting this way, in essential terms, they maintain untouched the interests and privileges of those who are responsible for the situation we are living in, and continue to accumulate outrageous profits.

Because in Portugal we are suffering similar attacks from our government and big employers, the CGTP-IN and its member affiliates have been promoting important strikes and demonstrations. Last Saturday, March 19th, the CGTP-IN organized a huge national demonstration, marking a day of indignation and protest against those policies and a 4th “austerity” package.

Yesterday the Portuguese Parliament refused that new austerity package and, consequently, the Prime-Minister presented his resignation to the President, who most certainly will soon call early elections.

This week and the weeks to follow our member unions in transport, trade and services, education, restaurants, hotels, shipyards, post offices and energy branches, among others, organise several strikes and rallies, namely, in defense of collective bargaining, wages, working hours, careers, public services and living conditions. On April 1st, the CGTP-IN’s Youth Specific Organization promotes a national demonstration against precariousness and unemployment, under the slogan “Fight On! We want to work! We demand rights!" and on April 2nd a National March for Education will be held, in Lisbon, in defense of the quality of Education and the Public School. On 9th of April, in Budapest, the Portuguese workers will also be represented in the European demonstration.

Our time is indeed a time of much needed and consequent trade union action and struggle, to combat the anti-labour offensive, the social injustices and inequalities and to struggle for a new course, with new and different policies that may ensure a better and fairer future for us all.

Please accept, dear colleagues, our sincere and warm trade union support and solidarity.

Lisbon, 24 March 2011

Graciete Cruz

International Secretary

Executive Board

CGTP-IN/PORTUGAL