solidariedade220px Flag of the United Kingdom.svgA CGTP-IN saúda os trabalhadores e o povo da Grécia que com grande coragem e dignidade não cederam às chantagens e ultimatos, exerceram o seu direito inalienável de escolher o caminho que consideram ser aquele que melhor serve os seus direitos e interesses e afirmaram a vontade soberana de um povo em decidir livremente sobre o seu próprio destino e o rumo que deseja para o seu país, e mostra também uma rejeição inequívoca à política de cortes dos salários e das pensões, do desemprego e do encerramento de empresas, das privatizações e do ataque às funções sociais do Estado, do empobrecimento e da exploração das populações e dos trabalhadores.

A significativa derrota imposta às Instituições Europeias e ao FMI, decorrente do resultado do referendo realizado ontem, mostra que é possível dizer NÃO! a uma política neoliberal, federalista e militarista, onde as os interesses especulativos do capital se sobrepõem aos direitos sociais e laborais, às liberdades fundamentais e à solidariedade entre os povos, em violação dos Tratados fundadores da U.E..

O resultado do referendo é também a derrota do Governo PSD\CDS-PP e do Presidente da República porque se associaram, intervindo de forma activa, à monstruosa campanha de mentiras e de provocações ao povo grego, procurando condicionar o voto e forjar outro resultado do referendo, numa inadmissível acção antidemocrática e intolerável ingerência sobre um país independente e soberano.

Uma derrota do Presidente da República e do Governo português, quer porque subjugaram o país às condições impostas pelo directório das grandes potências da União Europeia, submetendo a nossa economia aos interesses dos grupos económicos e financeiros, quer porque têm graves responsabilidades pelas medidas de austeridade adoptadas e implementadas em Portugal e das brutais consequências económicas e sociais que resultaram destas medidas.

A pretexto das dificuldades económicas e financeiras, as Instituições Europeias impõe uma política que tem como finalidade dar sequência, na Grécia, como em Portugal, à transferência do rendimento do trabalho para o capital, acentuando o processo de extorsão da riqueza e dos recursos dos países. Por outro lado, usa o Euro como instrumento para aumentar as assimetrias económicas e sociais entre países e, dentro destes, entre os trabalhadores e a generalidade da população e os detentores dos grandes grupos económicos e financeiros.

Tal como a CGTP-IN tem defendido e o referendo ao povo grego confirma, é possível esclarecer, mobilizar e lutar por outro rumo para a UE, opondo um projecto baseado numa Europa de Estados livres, soberanos e iguais em direitos,de cooperação e paz, com políticas que tenham em conta os diferentes níveis de desenvolvimento dos diversos países e o objectivo da convergência real, no quadro do progresso social e do respeito pela vontade dos povos.

A CGTP-IN reafirma a sua inequívoca e total solidariedade com os trabalhadores, o Movimento Sindical e o povo grego, que têm travado uma luta contra as ingerências do capital, das instituições europeias e do Fundo Monetário Internacional, em defesa dos seus legítimos direitos, da soberania e do futuro da Grécia.

Há alternativa. Na Grécia como em Portugal o caminho que defende o povo e o país das medidas draconianas impostas pelos que estão cada vez mais apostados em servir os interesses do grande capital e das grandes potências, é a luta e a resistência, e não a subordinação e a vassalagem.

Lisboa, 6 de Julho de 2015

Pel' A Comissão Executiva da CGTP-IN