Um pelotão da GNR que interveio esta noite na estação dos caminhos-de-ferro da Pampilhosa entendeu usar a força sobre o piquete de greve que ali actuava no sentido de que mais trabalhadores aderissem à Greve Geral em curso.

O piquete encontrava-se junto à porta da cabine de linha. O responsável pelo pelotão, à chegada ao local, ameaçou os presentes de que sairiam dali “ou a bem ou a mal”.

De imediato, os agentes começaram a puxar e a empurrar os elementos do piquete de greve que se apresentavam devidamente identificados, de acordo com o que a lei exige. Houve pessoas arremessadas ao chão pelos militares da GNR; registou-se a agressão a um dos elementos que, entretanto, recorreu ao serviço de urgências dos HUC; um dos agentes chegou mesmo a puxar da arma de fogo. Os militares não ostentavam identificação visível, o que obrigou a que ela tivesse de ser exigida a dois deles, na sequência dos acontecimentos. A acção dos piquetes de greve está prevista e regulada por lei.

A USC/CGTP-IN lamenta a actuação da GNR, classificando o uso da força como despropositado e, em todo o caso, excessivo. Condenando este tipo de atitude por parte da força de segurança em causa, a USC comunicou o sucedido à CGTP-IN, estando a ser ponderada a apresentação de queixa. Num dia de luta com tanto significado e importância para os trabalhadores portugueses – membros das forças de segurança incluídos – espera-se que o tipo de actuação em causa seja corrigido.

Acontecimentos como este não podem prejudicar a manifestação de profundo repúdio pelas políticas que massacram a grande maioria do povo e a exigência de alternativas que são uma necessidade premente para que se inverta a degradação de condições de vida que está a colocar Portugal numa situação de verdadeiro cataclismo social.

A USC/CGTP-IN congratula-se, no entanto, pelo facto de a lamentável actuação do pelotão em causa não ser, de modo algum, a norma seguida pelas forças de segurança.

Pel´O Sec. da Dir,. Dist. da USC/CGTP-IN