SAUDAÇÃO AOS TRABALHADORES

Os trabalhadores portugueses cumpriram uma grandiosa Greve Geral, das maiores até hoje realizadas no nosso país. Uma Greve Geral que ficará inscrita na história da luta dos trabalhadores e do movimento sindical, como uma poderosa resposta contra a política de direita que tem sido concretizada pelo Governo do PSD/Passos Coelho e do CDS/Paulo Portas. 

 

Esta Greve Geral, efectuada por trabalhadores e trabalhadoras que de norte a sul do país, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, corresponderam ao apelo certo e justo da CGTP-IN de lutar contra a exploração e o empobrecimento, marca um novo tempo: de reafirmação das propostas da CGTP-IN, de intensificação do combate sem tréguas à política das tróicas e ao seu programa de agressão, de confiança no prosseguimento da luta por uma política alternativa que abra caminho à resolução dos problemas dos trabalhadores, do povo e do país.     

A CGTP-IN saúda os trabalhadores e trabalhadoras, particularmente aqueles que, com muita coragem, determinação e sacrifícios pessoais, para si e para as suas famílias, exerceram o inalienável direito à greve, paralisando importantes actividades nos sectores privado e na Administração Pública Central, Regional e Local e nas Empresas do Sector Empresarial do Estado.

Não obstante as chantagens, ilegalidades e ilegítimas pressões de todo o tipo, quer da parte do governo, quer por entidades patronais, os trabalhadores não cederam às manobras e intimidações. Às tentativas desesperadas de impedir os níveis de adesão que acabaram por se verificar, os trabalhadores responderam, corajosa e responsavelmente, que “Eu faço Greve Geral”.  

A CGTP-IN saúda, muito em particular, os jovens que, independentemente das diversas situações de precariedade, deram um substantivo contributo para o êxito da Greve Geral, bem assim, todos aqueles que participando nas concentrações e desfiles de 14 de Novembro, ou por qualquer outra forma, quiseram expressar a sua solidariedade para com os trabalhadores em luta: desempregados, jovens, estudantes, pensionistas e reformados e outros sectores da população.

A CGTP-IN saúda, também, o contributo decisivo dos muitos milhares de dirigentes e activistas sindicais, bem como de outras estruturas representativas dos trabalhadores e, ainda, os que participaram nos piquetes de greve. Todos eles contribuíram para o reforço da unidade e convergência na acção, venceram dificuldades e se empenharam, abnegada e solidariamente, no esclarecimento, mobilização, organização e concretização da Greve Geral.

A Greve Geral foi a expressão de uma enorme indignação e protesto pela política que tem sido seguida: por um lado, uma política que agrava os problemas económicos e empurra o país para uma espiral recessiva; por outro lado, esta mesma política tem como objectivo aumentar a exploração, agravando o desemprego; desvalorizar o trabalho e precarizar os vínculos laborais; diminuir os salários e reduzir os direitos; degradar os serviços públicos e desmantelar as Funções Sociais do Estado (Educação, Saúde, Segurança Social).

A Greve Geral teve grande expressão em todo o território nacional, paralisando a generalidade dos transportes terrestres, marítimos e aéreos; encerrou milhares de autarquias, escolas, hospitais e unidades de saúde; afectou o funcionamento ou até mesmo a paragem de serviços públicos, como os tribunais, finanças, segurança social, estações de correios, SMAS ou a recolha de lixo e os diversos serviços da administração central, regional e local. No sector privado e nas empresas do sector empresarial do Estado, a adesão dos trabalhadores foi igualmente excepcional, pois para além das adesões em muitas centenas de PME,s, teve impactos significativos em importantes empresas industriais e nos sectores da banca e seguros, comércio, cantinas e refeitórios, IPSS, comunicação social e telecomunicações e também em actividades culturais, entre outros sectores.

A Greve Geral registou, igualmente, a expressão internacional da luta que em 14 de Novembro fez descer às ruas os trabalhadores da generalidade dos países europeus para protestarem contra a austeridade, o desemprego e o ataque à protecção social. A CGTP-IN saúda todos os trabalhadores europeus e as suas organizações representativas, que se batem em cada um dos países pelo crescimento económico, pelo emprego e melhoria das condições de trabalho, por uma Europa dos povos, do progresso e da solidariedade social.

Em Portugal, é tempo de acabar com este Governo e esta política que empurra o país para o desastre, promove o saque organizado aos trabalhadores e pensionistas, leva as famílias à miséria, agrava as injustiças e as desigualdades sociais. É tempo de uma efectiva mudança de rumo!

A CGTP-IN e os trabalhadores sabem que as mudanças necessárias fazem-se na continuidade da acção e da luta. É esse caminho que é preciso prosseguir, com ainda maior determinação, como um imperativo nacional de afirmação por um futuro que valorize o trabalho, respeite os trabalhadores e promova uma justa distribuição da riqueza.

A CGTP-IN exorta os trabalhadores a intensificar a acção sindical integrada nos locais de trabalho, dos sectores privado e público, articulando o reforço da sindicalização e da de organização sindical de base com a dinamização, envolvimento e mobilização dos trabalhadores na acção e luta reivindicativas, de forma a concretizar as suas reivindicações, nomeadamente o aumento dos salários, incluindo o aumento do Salário Mínimo Nacional, exigir o cumprimento dos direitos laborais e sociais e defender a contratação colectiva.

 A CGTP-IN apela aos trabalhadores, aos desempregados, aos reformados e pensionistas, a todos os que são vítimas da política de austeridade, exploração e empobrecimento do Governo PSD/CDS, para no próximo dia 27 de Novembro, dia da votação do OE/2013, participarem numa grande Concentração na Assembleia da República, contra o aumento dos impostos sobre os rendimentos do trabalho e as pensões de reforma; contra os cortes nos subsídios de desemprego e de doença e diminuição geral da protecção social; pela defesa das Funções Sociais do Estado (Educação, Saúde, Segurança Social); pela defesa das propostas da CGTP-IN para taxar o grande capital e, dessa forma, dinamizar o crescimento económico, criar emprego, aumentar os salários e actualizar as pensões de reforma, melhorar as condições de trabalho e garantir um futuro digno para as famílias portuguesas.

Por um novo rumo, por um Portugal de Progresso, Desenvolvido e Soberano.

Emprego, Salários, Direitos, Serviços Públicos.

Lisboa, 15.11.2012